Com o aumento do preço dos materiais e do custo de mão de obra, a construção de habitação nova exige maior investimento. Segundo o índice disponibilizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), publicado no dia 9 de Março, agora com um novo ano base, os custos de construção de habitação nova aumentaram 11,2 % em Janeiro de 2023 em relação ao mesmo mês do ano anterior.
“Em Janeiro de 2023, a variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova (ICCHN) situou-se em 11,2 %”, relata o INE. Numa nota de apresentação do ICCHN, o gabinete estatístico explica que um dos factores para este resultado tem que ver com o aumento de 12,4 % do custo de mão de obra, que “não pode ser dissociado ao aumento do salário mínimo” no início do ano.
Além da mão de obra, o preço dos materiais de construção também tem levado a este aumento. Sobre isto, o INE diz que o cimento é o principal responsável, tendo registado uma subida de 30 % do preço em relação ao período homólogo. Madeiras e derivados de madeira, bem como o betão pronto, também tiveram uma influência significativa, com variações superiores a 20 % ou, no caso do betão pronto, perto disso.
Lembre-se, a respeito do cimento, e não só numa perspectiva da construção da habitação, uma estatística recente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas. Segundo a síntese estatística da habitação de Fevereiro da AICCOPN, o consumo do cimento no mercado nacional aumentou 1,5 % no ano de 2022, “totalizando 3.836 milhares de toneladas”.
Voltando ao ICCHN revelado pelo INE, houve também um aumento nos custos de construção de habitação nova em Janeiro de 2023 em comparação com o mês anterior (Dezembro de 2022), nomeadamente de 0,3 pontos percentuais.
Novo Índice
Apesar deste aumento dos custos de construção, o INE lembra que o ICCHN apresentado representa uma nova série, tendo assumido como novo ano base o ano de 2021, em vez de 2015 (o anterior) e que, para garantir que é possível comparar a informação ao longo dos últimos anos, “a nova base foi retropolada até 2000, o ano de início da base anterior”.
A par da alteração do ano base, o novo ICCHN inclui também uma actualização quer do cabaz de materiais de construção considerados, quer dos factores de correcção de sazonalidade dos dados da mão de obra, bem como dos ponderadores, tendo por base o Inquérito Anual às Empresas de Construção. Lembre-se que este inquérito às empresas vai estar a decorrer, neste ano, entre 19 de Junho e 28 de Julho.