A procura de sustentabilidade nos edifícios deverá aumentar, segundo os dados de dois estudos recentes da consultora imobiliária CBRE. A conclusão da CBRE, divulgada no dia 6 de Dezembro, fez-se acompanhar da proposta de uma metodologia baseada em metas Environmental, Social, & Governance (ESG) para a neutralidade carbónica no sector dos edifícios.

No Guia ESG para ocupantes: Agenda ambiental, social e de governança na ocupação de um imóvel e no ESG & Imobiliário: 10 principais factos que os investidores necessitam saber, a CBRE descortina as tendências, normas e inovações mais actuais quanto ao modelo SDG e disponibiliza um conjunto de acções promotoras de um desenvolvimento sustentável.

Em relação aos edifícios, há uma tendência sobre a qual a maioria (83 %) dos investidores concorda: os arrendatários irão procurar cada vez mais edifícios sustentáveis. Neste contexto e considerando a poupança energética e a redução de emissões de carbono como “o novo normal”, a CBRE sublinha que a aposta em eco-edifícios é vantajosa. Segundo a consultora, há uma maior capacidade de retenção do valor patrimonial, de gerar rendas e valores de capital mais elevados, e de acarretar menores custos mensais de exploração e manutenção.

Entre as tendências identificadas pela CBRE para o futuro, destacam-se uma utilização mais frequente de arrendamentos verdes (green leases), bem como de tecnologia para gestão de dados ESG. A nível da construção, a indústria deverá recorrer cada vez mais a materiais alternativos mais ecológicos; neste campo, a CBRE destaca a madeira como uma possibilidade viável capaz de estabilizar custos e diminuir o tempo de construção, graças à pré-fabricação.

Como caminhar para a neutralidade carbónica?

Para reduzir e eventualmente neutralizar o impacto carbónico no sector dos edifícios, responsável por uma fatia considerável (39 %) de emissões relacionadas com energia, a CBRE propõe a metodologia Planear, Transacionar, Construir, Gerir, Medir. Esta incide sobre toda a vida de um imóvel, desde a escolha do mercado onde actuar e a adopção de medidas promotoras da sustentabilidade a longo prazo, até às decisões sobre a construção – por exemplo, se é ou não mais favorável renovar –, à gestão dos activos, à medição dos objectivos traçados e à análise comparativa.

As recomendações são direccionadas para cada fase da ocupação de um edifício, na perspectiva de um ocupante, refere o director de Sustentabilidade da CBRE. Bernardo Freitas ressalva, porém, que a aplicabilidade é variável, sendo necessário ter “flexibilidade para adaptar as acções a cada conjunto único de circunstâncias” e fazer a “previsão de medição que avalie as características de custo-benefício de diferentes acções”.

Para discutir o impacto da sustentabilidade e da ESG no sector imobiliário, a CBRE tem preparado, para o dia de hoje, 14 de Dezembro, às 10h, o webinar ESG – A Call to Action for the Real Estate Industry.