O Observatório da Energia da ADENE lançou esta quinta-feira, 29 de Maio, Dia da Energia, a 7.ª edição do “Energia em Números 2025”. Publicado anualmente pela ADENE – Agência para a Energia e pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), o relatório reúne os dados mais relevantes do sector energético em Portugal e consolida os principais indicadores estatísticos nacionais.
Ano após ano, o “Energia em Números” contempla uma vasta quantidade de informação estatística que permite fazer o ponto de situação de Portugal face às metas estabelecidas no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC), sendo uma ferramenta de apoio à definição e implementação de políticas públicas. A edição de 2025 analisa dados até 2023 e inclui informação provisória de 2024.
No que diz respeito à eficiência energética nos edifícios, entre 2008 e 2024 foram emitidos 2,88 milhões de certificados energéticos, sendo que 89% são referentes a imóveis de habitação e os restantes 11% a edifícios de comércio e serviços. No sector da habitação, 75,4% dos certificados energéticos emitidos desde 2014 enquadram-se como edifícios existentes, 20,3% referem-se a projectos e apenas 4,3% dizem respeito a novos edifícios.
O potencial de poupança energética no sector residencial é de 62%, enquanto no sector de comércio e serviços é de 12%. O “Energia em Números” refere também que o investimento médio por habitação associado às medidas de melhoria propostas em 2024 foi de 8493€, com retorno estimado em 8 anos.
Na indústria, a intensidade energética registou uma redução de 15,2% na última década. O sector dos transportes manteve-se como o principal consumidor de energia final (37%), seguido pela indústria (27,7%), sector residencial (17,5%) e serviços (14,8%).
No que diz respeito aos consumos de energia, o consumo final subiu 1,7% em 2023, impulsionado pelos transportes (+6,6% face a 2022) e serviços (+4,9%). Os sectores com maior consumo são os transportes (37%), a indústria (27,7%) e o sector residencial (17,5%).
Destacam-se ainda dados relativos à produção de energia renovável em Portugal em 2023, sendo que 63% da electricidade produzida teve origem em fontes renováveis, com destaque para a hídrica, eólica e solar. A quota de energias renováveis no consumo final bruto atingiu 35,2%, aproximando-se da meta de 51% para 2030. Desde 2014, a inclusão da energia proveniente de bombas de calor nos balanços energéticos “permitiu reavaliar positivamente o contributo das renováveis”, refere a publicação.
A dependência energética situou-se em 66,7% em 2023, cada vez mais próxima da meta de 65% estabelecida para 2030. Em 2024, o saldo importador de energia caiu 15,6%, fixando-se em 5,7 mil milhões de euros, impulsionado pela descida dos preços internacionais dos combustíveis.
As emissões totais de gases com efeito de estufa (GEE) caíram para 53,3 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente (Mt CO₂eq) — o valor mais baixo desde 1990. A intensidade carbónica da economia diminuiu 30,8% face a 2013 e a quota de renováveis no aquecimento e arrefecimento atingiu 47,1%. Nos transportes, fixou-se nos 11,2%.
Em 2024, Portugal foi o 16.º país com electricidade mais barata para consumidores domésticos nos 27 países da União Europeia.
Fotografia de destaque: © ADENE












