Este artigo foi originalmente publicado na edição nº 159 da Edifícios e Energia (Maio/Junho 2025).

Preços da energia altos, taxas do IVA desfasadas e políticas pouco assertivas são alguns dos problemas com que se debatem estes sectores. Fomos falar com a REHVA, EHPA e Solar Heat Europe e conhecer a realidade destes mercados. Entre várias conclusões, ressalta a necessidade de investimento, inovação e capacidade produtiva. Os agentes de mercado têm de se manter na vanguarda para liderarem esta transformação. Sem eles não chegamos aos edifícios zero emissões.

A s indústrias do AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado) e do solar já viveram muitos momentos conturbados e de adaptação a vários contextos económicos. As estratégias ambientais e a promoção da eficiência energética têm orientado estes sectores tecnológicos no caminho da redução dos consumos energéticos, do conforto térmico ou da qualidade do ambiente interior. O mercado tem estado sempre à altura dos desafios e sido um aliado imprescindível. Sucede que esta cruzada ganha agora novos contornos. A fasquia está mais alta, as metas de Bruxelas são muito exigentes para os edifícios e estes sectores já poderiam estar com a vitalidade que seria desejada para dar resposta aos desafios da descarbonização. E porquê? Porque de um lado temos uma Europa que quer avançar para a dependência energética, incentivar a electrificação renovável e descarbonizar o parque edificado até 2050. E do outro lado, a ausência de políticas assertivas que resolvam os problemas energéticos de base. Bruxelas continua a promover indirectamente os usos de energia que não são endógenos ao manter uma fiscalidade elevada sobre os equipamentos renováveis. Os valores da energia na Europa continuam a ser incompatíveis com a promoção e aposta na electrificação. Um paradoxo que afecta um mercado decisivo e central na estratégia europeia.

Com a nova Directiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), os edifícios zero emissões vão marcar o ritmo dos projectos e a actividade do AVAC e solar já a partir de 2026. Com a transposição da EPBD para o domínio nacional, as estratégias para a descarbonização dos edifícios vão passar a ser obrigatórias. Mesmo que ainda não se conheçam as metodologias, as exigências vão aumentar em todos os sectores de actividade. Mas há uma coisa que sabemos à partida: sem as indústrias do AVAC e do solar térmico, Bruxelas não chega lá e a descarbonização do parque edificado europeu não se faz.

Tal como nos recorda Serafin Graña no seu habitual artigo de opinião (pág. 44), “a Agência Internacional de Energia (AIE) prevê que o número de sistemas de AVAC em todo o planeta aumente dos cerca de 2 mil milhões actuais para mais de 6 mil milhões em 2050”. Na Europa, estima-se que a procura vai disparar.

O apoio à indústria e a capacidade produtiva e inovadora destes sectores vão ser factores decisivos, mas já lá vamos. Antes, é preciso entender que a tecnologia não pode, por si só, resolver todos os problemas dos edifícios e, para que o caminho se faça, é preciso atacar as outras áreas, nomeadamente aspectos que devem ser acautelados para que cada um cumpra a sua missão e faça a sua parte sem comprometer um sector em toda a linha. A descarbonização dos edifícios, como sabemos, toca em muitas áreas que vão desde a circularidade de todos os elementos construtivos, ao fabrico e produção dos materiais e componentes, ao transporte, etc. É preciso minimizar as necessidades energéticas dos edifícios a nível conceptual e construtivo, logo num primeiro momento. Este é um ponto prévio, muito falado, mas obrigatório, antes de começarmos a falar em soluções activas ou da “corrida à tecnologia” como nos explica João Sousa, projectista, nesta edição (pág. 32).

Nada de novo, já que a principal novidade poderá estar naquilo que é exigido à indústria. Nesse sentido, fomos tentar perceber, junto das principais associações do sector, aquilo que está em cima da mesa. Para esta edição da revista Edifícios e Energia, a Federação Europeia das Associações de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (REHVA), a Associação Europeia de Bombas de Calor (EHPA) e a Associação Europeia da Indústria do Solar Térmico (Solar Heat Europe – SHE) confirmam que estão alinhadas e, de uma forma muito activa, a reivindicar um conjunto de questões indispensáveis ao desenvolvimento e crescimento destes sectores. Também do lado português, a Associação Portuguesa das Empresas dos Sectores Térmico, Energético, Electrónico e do Ambiente (APIRAC) e a Associação Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado partilham o posicionamento do sector em Portugal (EFRIARC) na pág. 18.

AVAC E SOLAR NO CENTRO DA DESCARBONIZAÇÃO

Investimento, inovação ou capacidade de produção são áreas determinantes nesta fase. Para a REHVA, o sector deixa de ser “periférico” com a reformulação da EPBD em 2024. Este diploma “coloca os profissionais do AVAC no centro da jornada da descarbonização da Europa”. Para os especialistas da REHVA, fundada em 1963 e que representa mais de 120 mil projectistas de AVAC, engenheiros, técnicos e especialistas em 26 países europeus, “os sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado são agora fundamentais para alcançar edifícios com emissões zero, melhorar a qualidade do ambiente interior (IEQ – Indoor Environmental Quality) e garantir a resiliência energética”. Para responderem às ambições da directiva, “os agentes do mercado devem manter-se na vanguarda” e, por isso, a mensagem da REHVA é clara: “Aqueles que se adaptarem cedo irão liderar a transformação. Os que não o fizerem, arriscam-se a ficar para trás”. Mais, “a EPBD reformulada em 2024 marca uma mudança do desempenho energético no papel para o desempenho em funcionamento nos edifícios”.

ELIMINAÇÃO PROGRESSIVA DOS COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS
Uma das preocupações mais prementes é a eliminação progressiva das caldeiras alimentadas por combustíveis fósseis. Associações como a REHVA sublinharam a necessidade de uma abordagem que inclua a indústria tecnológica e seja sensível ao contexto, permitindo sistemas híbridos ou adaptações faseadas nos casos em que a electrificação total ainda não é viável. Em resposta, muitos fabricantes estão a acelerar os portfólios de bombas de calor, sistemas híbridos e programas de formação para projectistas e instaladores.
REHVA

Para além das estratégias de descarbonização, é preciso ainda olhar para a maior abrangência da directiva. Como sublinha a REHVA, “a reformulação de 2024 da EPBD é mais do que uma actualização técnica”. Trata-se de uma “resposta da UE a uma cascata de crises que se sobrepõem. Desde as alterações climáticas, a segurança energética até à saúde em recintos fechados e à equidade social, a revisão da directiva reflecte um entendimento mais amplo e urgente naquilo que os edifícios devem proporcionar”. E no centro dessa transformação está “o desempenho dos sistemas de aquecimento, ventilação e ar condicionado”.

Proteger a saúde dos ocupantes dos edifícios, melhorar a qualidade de vida das pessoas e acelerar as taxas de reabilitação energética são, por isso, factores que a REHVA elege como prioritários neste processo. E alerta: “Esta mudança coloca novas responsabilidades e oportunidades aos profissionais de AVAC. Os projectistas, instaladores ou especialistas na actividade da manutenção já não estão a trabalhar nos bastidores. As suas decisões influenciam o cumprimento das metas das emissões zero, o conforto térmico e contribuem para a flexibilidade e digitalização da rede”.

Uma maior rapidez na resposta e produção, soluções flexíveis e facilmente adaptáveis às características dos edifícios, a facilidade na instalação ou as soluções modulares, são as respostas que o mercado tem de dar, confirmam estas instituições. A REHVA elege a “flexibilidade, a rapidez e o custo-eficácia” dos sistemas de AVAC como os motores que definem “a próxima geração de projectos e construção. O sucesso da EPDB depende desta capacidade do sector do AVAC”. A flexibilidade não pode estar apenas ao nível da conceção dos sistemas, defende a REHVA. “Os modelos de negócio também precisam de ser flexíveis”. Do ponto de vista comercial, “o leasing, os contratos de desempenho e as ofertas baseadas em serviços (AVAC-as-a-Service) estão a tornar-se opções atractivas, especialmente para os clientes do sector público que enfrentam restrições orçamentais, mas que estão sujeitos a prazos apertados”.

QUALIDADE DO AMBIENTE INTERIOR (IEQ)

A tendência aponta para soluções integradas e com desempenho verificado, como a ventilação controlada por procura com monitorização de CO2, ou o aquecimento/arrefecimento por zonas com sensores de qualidade do ambiente interior (QAmI). Alguns fabricantes começam a incluir a QAmI como parte das suas ofertas de sistemas, enquanto associações como a REHVA estão a actualizar as orientações para apoiar os profissionais neste modelo de dupla abordagem: poupança de energia + bem-estar dos ocupantes.

REHVA

Para estas indústrias, para as PME´s, para os projectistas e para os instaladores existem outros problemas de base que precisam de solução urgente. “No entanto, a par destas preocupações, há sinais de adaptação pragmática e de alinhamento estratégico com as ambições da directiva”, explica-nos a REHVA. Uma boa notícia, tendo em conta o caminho que está por fazer.

AS BOMBAS DE CALOR – PRECISAM-SE MEDIDAS URGENTES!

As bombas de calor estão a passar por grandes dificuldades com o mercado a cair para níveis que não eram esperados. A razão estará nos preços da energia e na manutenção elevada da taxa do IVA na maioria do espaço europeu. A electricidade continua cara e torna-se pouco vantajoso investir numa bomba de calor quando as pessoas ainda pagam menos pelo aquecimento com recurso a combustíveis fósseis. Uma reivindicação da EHPA que sublinha a previsibilidade da procura a longo prazo e denuncia a falta de atenção a estes temas, tanto no Acordo para a Indústria Limpa como no Plano de Acção para a Energia Acessível.

As vendas caíram em média 21% (em comparação com o ano de 2023) em 14 grandes mercados europeus, representando cerca de 90% do total do mercado europeu. Quem o avança é a EHPA. “O mercado passou de 2,8 milhões para 2,2 milhões de unidades vendidas”. No topo da lista, a associação europeia identifica três razões principais: o apoio governamental instável – as alterações nos regimes de subsídios enfraqueceram a confiança dos consumidores, tornando as bombas de calor menos atractivas; a recessão económica – a crise do custo de vida fez com que os consumidores hesitassem em investir em novos sistemas de aquecimento; o gás barato e subsidiado – os baixos preços do gás tornam as caldeiras a combustíveis fósseis uma opção mais acessível a curto prazo.

Numa altura em que a dinamização das soluções renováveis é essencial para a Europa, a EHPA considera que, “em vez de acelerar a transição para um aquecimento limpo, as políticas estão inadvertidamente a empurrar os consumidores para caldeiras alimentadas a combustíveis fósseis, comprometendo os objectivos climáticos”. Para além de “limitar o abandono dos combustíveis fósseis”, a EHPA chama a atenção para “o aumento das instalações de caldeiras a combustíveis fósseis”, que resulta numa “inversão ao progresso” que Bruxelas promove.

Como consequência desta ausência de políticas eficazes, a associação explica à Edifícios e Energia que o sector das bombas de calor está com “grandes dificuldades”. Trata-se de uma indústria que “fabrica 60-73% dos seus produtos na Europa” e que se debate com “a perda de postos de trabalho” e a diminuição do investimento na sua capacidade de produção. Globalmente, e segundo dados fornecidos pela associação europeia, o sector das bombas de calor gera cerca de 416 mil empregos directos e indirectos. “O declínio da procura de bombas de calor também teve impacto no emprego, com pelo menos quatro mil postos de trabalho cortados e mais de seis mil afectados. “Estes contratempos estão, não só a prejudicar a indústria, mas também a enfraquecer a competitividade e a segurança energética da Europa”, reforçam os responsáveis pela EHPA.

Para dar resposta a estes problemas, a associação europeia pede medidas urgentes. A redução do IVA sobre as bombas de calor para 5% é uma medida possível “ao abrigo da legislação da UE desde 2022”. No entanto, a EHPA vai mais longe e pretende que esta redução seja ainda maior, apoia os 0% de IVA e incentiva os Estados-Membros a adoptá-la como estratégia.

“O sector das bombas de calor precisa de políticas estáveis e previsíveis”, no entanto, e numa altura em que os trabalhos de transposição da EPBD já começaram, existe a possibilidade de “este diploma ser aberto à legislação conexa”. Para a EHPA, esta realidade vai criar “incerteza regulamentar” que pode “minar a confiança dos investidores e atrasar projectos fundamentais”. Uma incerteza que poderá “resultar em mais perdas de postos de trabalho e atrasar significativamente os progressos e os objectivos climáticos e energéticos da Europa”, alerta a associação.

Ultrapassadas estas questões, é previsível que o sector esteja mais bem preparado para dar resposta àquilo que lhe é exigido. A EHPA relembra que, mesmo neste contexto, “as empresas já estão a alinhar as suas estratégias com os objectivos da EPBD”, com mais investimento na capacidade de fabrico, desenvolvimento de programas de formação e inovação. Nos últimos três anos, “os fabricantes de bombas de calor na Europa investiram quase sete mil milhões de euros em cerca de 300 locais de produção no espaço europeu. A indústria das bombas de calor está empenhada em melhorar ainda mais a eficiência, a acessibilidade e a flexibilidade, satisfazendo as exigências dos novos projectos de construção e renovação”. Mas para o efeito, e para “garantir o crescimento e a estabilidade a longo prazo, segundo a EHPA, “o sector precisa de clareza e continuidade no quadro regulamentar”.

TORNAR A QAI (QUALIDADE DO AMBIENTE INTERIOR) VISÍVEL

A IEQ, ou Qualidade do Ambiente Interior, já não é opcional. À medida que os sensores se tornam obrigatórios em muitos edifícios novos e renovados, espera-se que os profissionais de AVAC especifiquem, instalem e interpretem os dados. Em vez de tratar esta actividade como trabalho extra, é importante olhar para esta oportunidade como a demonstração de um valor acrescentado: fornecer sistemas que não se limitam a reduzir o consumo de energia, mas que melhoram activamente o conforto, a produtividade e a saúde.

REHVA

Com preços da electricidade e um IVA mais justos, os Sistemas de Automatização e Controlo de Edifícios (SACE) e a inteligência dos edifícios “permitem que as bombas de calor funcionem quando a electricidade é mais barata, ao mesmo tempo que a integração perfeita com painéis solares e outras fontes renováveis vai reduzir a dependência dos combustíveis fósseis e optimizar o consumo de energia”. A integração é um caminho inevitável e garante maior flexibilidade para as soluções, o que torna “as bombas de calor mais adaptáveis a diferentes tipos de edifícios”, explica esta associação europeia.

SOLAR TÉRMICO – SISTEMAS HÍBRIDOS SÃO A TENDÊNCIA

“Sem arrependimentos” é como a indústria do solar térmico se define no actual contexto. A razão, segundo Pedro Dias, Deputy Managing Director na Solar Heat Europe, é o facto de o solar térmico se destacar como uma solução híbrida no que toca a custos baixos e flexibilidade. “O solar térmico beneficia de uma vasta experiência em combinação com outras tecnologias, como o gás e a biomassa, e integra-se perfeitamente com sistemas existentes ou novos, como as bombas de calor”. Recorde-se de que, depois de vários incentivos no início deste século, o solar térmico foi sendo preterido por soluções que davam respostas directas à dinâmica da electrificação e com as quais foi concorrendo, nomeadamente as bombas de calor e o solar fotovoltaico. A produção de calor renovável para aquecimento de água e ambiente através dos colectores solares térmicos é obrigatória em Portugal para os edifícios novos residenciais e está a posicionar-se como um complemento importante para as metas da descarbonização, também para os edifícios comerciais e serviços. A seu favor está ainda o facto de a indústria estar maioritariamente concentrada na Europa e num mercado dominado por PME´s, “posicionados desde a Finlândia ao Chipre, incluindo Portugal”.

SOLAR TÉRMICO: UMA TECNOLOGIA IMPRESCINDÍVEL

Actualmente, o sector solar térmico tem sido sujeito a muitos desenvolvimentos de I&D, é uma tecnologia moderna e fiável que fornece calor renovável até 400 °C e é adequada para muitas aplicações diferentes. O sector tem uma forte base de produção europeia, capaz de satisfazer 90% da procura interna de sistemas solares térmicos e de exportar para todo o mundo. A Solar Heat Europe representa diferentes partes da cadeia de valor, sendo os seus membros constituídos por fornecedores, fabricantes, promotores de projectos, institutos de investigação e associações nacionais de 16 países europeus.

Solar Heat Europe

O trabalho da SHE em promover o solar térmico tem sido muito activo e os argumentos técnicos são vários. “Para acelerar a sua implementação face às metas de renovação da EPBD, e mais especificamente tendo em conta os requisitos do ‘Artigo 10. Energia solar nos edifícios’, o sector está a concentrar-se na densidade energética superior do solar térmico em comparação com o fotovoltaico. Um sistema solar térmico (ST) gera 600-1000 kWh/m²/ano de energia térmica, essencial para diversas aplicações de calor, enquanto um painel solar fotovoltaico (PV) convencional produz 150-250 kWh/m²/ano de electricidade. Esta eficiência, resultante da capacidade do ST de converter até 80% da radiação solar em calor útil, torna-o prioritário para a descarbonização do consumo de calor, especialmente em espaços urbanos limitados”, explica Pedro Dias.

Os sistemas híbridos são a tendência para este mercado que se quer reafirmar. “O desenvolvimento de tecnologias híbridas, tanto a nível de painéis PVT (fotovoltaico-térmico) como de sistemas híbridos como solar térmico/bomba de calor é uma prioridade, maximizando a densidade energética e a eficiência, particularmente em reabilitações com restrições de espaço”. Neste sentido, a SHE espera que a EPBD seja “justa e eficaz”. Para Pedro Dias, “é crucial estabelecer um´level playing field`entre as diferentes tecnologias de energia renovável, nomeadamente o solar térmico e o fotovoltaico. O uso do solar térmico nos edifícios não pode ser ignorado!”. Segundo a SHE, os enquadramentos legais não fazem a necessária referência concreta nem promovem esta solução “como previsto no artigo 10º da EPBD. É essencial criar condições equitativas, o que implica considerar a densidade energética de cada tecnologia, definindo critérios com base na capacidade instalada e não na área ocupada. Dessa forma, possibilita-se a valorização do contributo específico de cada tecnologia para a descarbonização do parque edificado, evitando um favorecimento implícito de uma tecnologia em detrimento de outra, e permitindo que os decisores e os consumidores escolham a solução mais adequada às suas necessidades e condições locais, maximizando assim o potencial de ambas as tecnologias na transição energética”.

SISTEMAS DE AUTOMATIZAÇÃO E CONTROLO DE EDIFÍCIOS (SACE)

Os SACE já não são opcionais (mesmo para os novos edifícios residenciais até 2026). Em resposta, o sector está a investir na melhoria das competências, desde a formação a iniciativas financiadas pela UE no âmbito dos programas LIFE e Horizonte Europa. Os fabricantes estão também a simplificar as interfaces e a oferecer soluções pré-configuradas para reduzir as dificuldades de entrada no mercado. A interoperabilidade e os protocolos abertos estão a tornar–se pontos de venda, especialmente à medida que os digital building logbooks e o Indicador de Aptidão para Tecnologias Inteligentes (SRI) começam a ser associados a quadros de conformidade mais amplos.

REHVA

Na base destas dificuldades poderá estar a fragmentação entre políticas nacionais e a implementação local, o que, para Pedro Dias, “dificulta a eficácia da EPBD”. A SHE aponta para a harmonização dos diferentes diplomas (com metas claras e adaptação local), a partilha do financiamento europeu entre os governos locais e os municípios e a promoção de plataformas colaborativas, como o Pacto de Autarcas para o Clima e a Energia. “A Solar Heat Europe defende uma cooperação multinível, onde os governos estabelecem normas, a UE apoia com recursos e os municípios implementam acções práticas. Esta sinergia, aliada a incentivos e capacitação, acelera a descarbonização, transformando a EPBD num motor da transição energética nos edifícios”.

 

ESTE ARTIGO CONTOU COM A COLABORAÇÃO DE:

REHVA: Andrei Vladimir Litiu (EPB Center Executive Director), Johann Zirngibl (REHVA Vice-president), Jarek Kurnitski (REHVA expert, TRC Chair Person), Jaap Hogeling (REHVA Journal Editor-in-chief, EPB Expert and Co-founder of EPB Center), Pablo Carnero Melero (REHVA Technical and EU project Officer Consultant) e Francesco Robimarga (REHVA Policy and Advocacy Officer)

SOLAR HEAT EUROPE: Pedro Dias, Deputy Managing Director na Solar Heat Europe

EHPA: especialistas e técnicos da Associação Europeia de Bombas de Calor