O Neya Porto Hotel é o primeiro hotel em Portugal com a certificação LEED Gold, que reconhece edifícios com um design que prima pela sustentabilidade. Depois do adiamento da inauguração oficial devido à pandemia de Covid-19, o evento aconteceu na semana passada com o descerrar da placa de certificação. 

O projecto, assinado pelos gabinetes pK Arquitetos, Lda e Colodd, Lda, contempla práticas sustentáveis, desde o design à manutenção, passando pela construção e operação. É exemplo disso o uso de mais de 28 % de materiais de construção com conteúdo reciclado, a extracção de materiais a menos de 500 milhas (aprox. 805 km), o encaminhamento de 95 % dos resíduos de construção para reciclagem, a conectividade e proximidade a transportes públicos ou ainda a redução de quase 36 % da utilização de água potável (por exemplo, utilizando água de banho para descargas sanitárias).

Em matéria de energia, o projecto permite uma poupança de custos de energia de quase 20 %, com uma estimativa de consumo energético total de 526,455 kWh/ano, com fonte eléctrica, e 145,548 kWh/ano, com fonte de gás natural. Dos custos anuais de energia, cerca de 3 % da factura é compensada por energia renovável produzida localmente.

São essas e outras opções, cuja assessoria ambiental ficou a cargo da empresa Edifícios Saudáveis, que asseguraram ao Neya Porto Hotel a certificação LEED Gold – Leadership in Energy and Environmental Design. Este certificado internacional, atribuído pelo U.S. Green Building Council, avalia vários parâmetros de desempenho ambiental e energético dos edifícios com o objectivo de atestar a construção eco-friendly.

“Ser o primeiro hotel em Portugal com Certificação LEED é um grande orgulho, que nos permite desenvolver a actividade hoteleira de um modo mais responsável, com um melhor desempenho ambiental, e contribuir para um turismo sustentável, colocando o nosso país na vanguarda nesta matéria”, diz Pedro Teixeira, director de sustentabilidade da NEYA Hotels, em comunicado.

Situado no Porto, à beira da zona ribeirinha, o edifício contou com um investimento 18 milhões de euros, dos quais seis milhões foram co-financiados pela COMPETE – Portugal 2020. O processo de construção, que incluiu a recuperação patrimonial de parte dos imóveis que pertenciam ao antigo Convento de Monchique, terminou em 2020. Contudo, com a pandemia de Covid-19, a inauguração foi adiada e, passado um período de soft opening, só foi concretizada na semana passada.

Além do hotel no Porto, a cadeia NEYA Hotels já está em Portugal desde 2011, com um edifício em Lisboa. A unidade hoteleira na capital portuguesa, fruto também da recuperação de um edifício (neste caso, devoluto), já reflectia, segundo a entidade, “a preocupação e vontade de fazer a diferença no turismo sustentável” tendo a “sustentabilidade presente desde o início do modelo de negócio”. Com um modelo de gestão eficiente, reduzindo o impacto ambiental, o Neya Lisboa é reconhecido com a certificação Carbono Zero, desde 2017, e pelo sistema Five-Leaf, desde 2012.