Dados recolhidos pelo Eurostat demonstram que, em 2023, 17,9% da população da União Europeia (UE) declarou enfrentar o problema de viver numa habitação que não era confortavelmente quente durante o inverno. Portugal registou a percentagem mais elevada (38%).
A seguir surgem a Irlanda (34,3%), a Grécia (28,5%), a França (28,1%) e Espanha (27,3%). No lado oposto, a Áustria registou a percentagem mais baixa da população que referiu sentir calor insuficiente durante o inverno (3,7%), seguida da Estónia (4,3%), Eslovénia (4,7%), Países Baixos (4,8%) e Bélgica (5,8%).
Relativamente às pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na UE, 31,2% das pessoas declararam viver numa habitação que não era confortavelmente quente durante o inverno, em comparação com 14,4% das pessoas que não estavam em risco. As taxas mais elevadas entre as pessoas em risco foram registadas em Portugal (51,6%), Grécia (49,9%), Irlanda (44,5%), Espanha (43,0%) e França (41,8%). Em sentido inverso, as taxas mais baixas surgiram nos países do Norte e do Centro da Europa: Estónia (7,5%), Áustria (9,3%) e Polónia (11,2%).
Entre as pessoas que não estão em risco de pobreza ou exclusão social, os países do sul da Europa também registaram taxas mais elevadas de aquecimento inadequado. Portugal (34,6%) e a Irlanda (32,2%) encabeçam a lista, seguidos da França (25,0%) e da Espanha (22,0%). Já a Áustria (2,6%), os Países Baixos (3,0%), a Estónia (3,2%), a Eslovénia (3,5%) e o Luxemburgo (4,0%) apresentam as taxas mais baixas.

Os dados mostram também que as melhorias de eficiência energética foram registadas com maior frequência em zonas rurais, com uma média de 29,4%, em comparação com 25,4% nas vilas e subúrbios e 22,9% nas cidades. As cidades que registaram as taxas mais elevadas de melhorias da eficiência energética foram a Eslováquia (41,5%), a Bulgária (32,4%) e Portugal (30,7%). Itália e Espanha, ambas com 15,5%, também registaram taxas de melhoria mais elevadas nas cidades, em comparação com outras regiões.

Em 2023, 19,1% das pessoas na UE que vivem em cidades afirmaram que a sua habitação não era confortavelmente quente durante o inverno, comparativamente com 17,6% nas vilas e subúrbios e 16,3% nas zonas rurais. A taxa mais elevada nas cidades foi registada em Portugal (38%), seguida da Irlanda (37,8%) e da França (32,1%). Em contrapartida, as vilas e subúrbios registaram as taxas mais elevadas na Grécia (30,2%), em Espanha (28,0%), em Itália (20,5%) e na Eslovénia (5,3%). Nas zonas rurais, Portugal registou a maior proporção de pessoas afectadas por aquecimento insuficiente (41%), seguido da Bulgária (28,7%) e da Lituânia (27,1%).
Os dados do Eurostat mostram ainda que quem tem limitações de actividade (causadas por problemas de saúde físicos, mentais ou emocionais, incluindo doenças, deficiências ou idade avançada) tem maior probabilidade de viver em habitações que não são confortavelmente quentes durante o inverno.
Em 2023, 16,9% da população da UE sem limitações de actividade vivia em habitações que não eram confortavelmente quentes durante o inverno, enquanto 23,1% das pessoas com algumas ou graves limitações de actividade passaram pela mesma situação.

Portugal apresentava as taxas mais elevadas para ambos os grupos: 34,2% das pessoas sem limitações de actividade e 46,6% das pessoas com limitações viviam em habitações que não eram confortavelmente quentes durante o inverno. Em contrapartida, a Áustria registou as taxas mais baixas, com 3,1% das pessoas sem limitações e 5,1% das pessoas com limitações a viverem este problema.
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