No mês de Outubro, a Astratec convidou um grupo de engenheiros e arquitectos portugueses para conhecer as instalações da fabricante de soluções para iluminação de segurança Awex, nos arredores de Cracóvia. A empresa polaca, que começou numa garagem com apenas cinco pessoas, ocupa hoje cinco edifícios e é um dos nomes de referência do segmento também em Portugal.

Foi a convite da empresa portuguesa Astratec que, de 14 a 17 de Outubro, um grupo de nove profissionais do sector dos edifícios nacional trocou as temperaturas de verão portuguesas pelas máximas de 12 ºC do centro da Europa. Com destino a Cracóvia, na Polónia, o objectivo da viagem foi a visita às instalações da fabricante de soluções para iluminação de segurança Awex, mas também conhecer alguns dos pontos emblemáticos deste destino europeu, cujo centro histórico faz parte da lista de Património Mundial da UNESCO.

Fundada em 2002, a empresa polaca conta hoje com quase duas décadas de experiência no fabrico de sistemas de segurança especializados, durante as quais registou um crescimento exponencial. “Eu fui a pessoa número cinco”, conta Łukasz Pasek, director de exportação da empresa, recordando os tempos em que as instalações se limitavam a uma garagem. Hoje, são 17 mil m2, divididos por cinco edifícios, nos quais trabalham mais de 500 pessoas no fabrico de equipamentos que chegam a 53 países do mundo (incluindo Portugal, onde trabalha com a Astratec).

Com uma oferta que inclui sinalização e iluminação de emergência, sistemas e software, a Awex diz destacar-se nos “sistemas de bateria e sistemas de monitorização”. No portefólio de projectos, a empresa conta com alguns destaques a nível nacional, como o edifício Warsaw Spire, mas também internacional, caso da área comum da ExpoDubai2020, e em segmentos específicos, como a hotelaria e o hospitalar, e em zonas de elevado risco sísmico, como a Turquia. Nos últimos anos, a Awex tem feito contratos com empresas como a Amazon, fornecendo as cerca de 5800 luminárias de emergência de cada uma das cinco lojas da gigante norte-americana na Polónia. Em breve, caberá também à Awex equipar aquele que será o edifício mais alto de Varsóvia, com 310 metros de altura, e há também uma aposta em termos tecnológicos em luminárias dinâmicas, que a empresa está actualmente a desenvolver para túneis e que serão instaladas no Gillon Tunnel, em Israel.

Em 2019, o volume de negócios da empresa estava perto dos 42 milhões de euros. À semelhança do que aconteceu na generalidade do mercado, a pandemia de Covid-19 provocou quebras nas vendas, mas a recuperação parece ser uma certeza em 2021, já que “este é um ano que promete muito”. Mais complicada está a resposta dos fornecedores, lamenta o responsável. “Com a Covid-19, as entregas foram todas prejudicadas, estamos a fazer encomendas com 50 semanas de avanço, os fornecedores não entregam a tempo”, diz, explicando que, aos constrangimentos da pandemia, se juntaram problemas com o país vizinho Bielorrússia, que está “a bloquear os comboios que chegam da China”.

Durante a visita organizada pela Astratec, o grupo português visitou dois dos edifícios que fazem parte das instalações da Awex. O primeiro, localizado a cerca 100 quilómetros de Cracóvia, acolhe a fábrica da Electro Welle, onde se produzem todos os componentes, não só para a marca Awex, mas também para marcas brancas. Ainda que distante das instalações principais do grupo, a manutenção desta unidade em Marcinkowice relaciona-se, entre outras, com questões sociais, visto que esta é uma área com algum desemprego, refere a empresa. Já perto de Cracóvia, ficam os outros edifícios da Awex, incluindo um mais recente onde se concentra a produção, montagem e armazém, e que os portugueses puderam visitar.

Numa relação que se iniciou em Frankfurt, na feira Light & Building, a Astratec e a Awex colaboram há cerca de 15 anos e, para Pedro Telhado, director da empresa lusa, o crescimento das duas empresas “foi quase familiar, em conjunto”. Numa área cuja regulamentação é feita a nível comunitário, a Awex tem dado a resposta necessária ao mercado português, garante Pedro Telhado, inclusivamente para certas especificidades, como é o caso da exigência do “telecomando”, apenas em vigor em Portugal e França. São vários os projectos em Portugal que incluem equipamentos Awex – Norte Shopping, Hotel Savoy Palace Madeira, Edifício Fontes Pereira de Melo 46, etc. –, mas o gestor destaca, “pela complexidade técnica e dimensão”, o do Hospital de Loures e revela um outro em fase final: “a ala reconstruída do Palácio da Ajuda, onde vai ficar permanentemente o Museu das Joias da Coroa, terá iluminação de emergência da Awex”.

Segundo Pedro Telhado, a parceria entre as duas empresas tornou-as “num dos líderes de mercado na iluminação de emergência em Portugal” e, também por isso, estas visitas ganham relevância para o empresário. “Era importante ver que, em termos de fábrica, a Awex tem capacidade para fabricar de A a Z (…) As pessoas percebem realmente o que está por trás de uma máquina”, conclui.

 

*a jornalista viajou a convite da Astratec