No âmbito do European Youth Energy Forum, que se estreou no sábado em Lisboa, 45 jovens da Rede Europeia de Energia da Juventude apresentaram, ontem, um position paper sobre qual deve ser o papel da juventude na transição energética europeia. Nesta posição conjunta, são apresentadas 12 medidas dirigidas quer ao sector público quer ao sector privado.

O dia 19 de Novembro marcou o início do primeiro encontro da Rede Europeia de Energia da Juventude, a primeira e única federação europeia de jovens na área da energia e que está associada, desde este ano, à Rede Europeia de Agências de Energia (EnR), presidida pela ADENE. Neste encontro – European Youth Energy Forum –, 45 jovens europeus de 29 nacionalidades dirigiram-se a Lisboa para discutirem, envolvendo especialistas na energia, a transição energética na Europa.

Partindo da falta de participação jovem nos processos de decisão relativos ao sector energético europeu e o papel da juventude no futuro da transição energética, o European Youth Energy Forum assinalou o seu quarto (e penúltimo) dia com a apresentação de um position paper. Este documento, que já havia sido preparado nos últimos três meses e que foi afinado em sessões de trabalho durante o fórum, apresenta medidas concretas e realistas capazes de ultrapassar obstáculos ao envolvimento dos jovens nas políticas públicas, na educação e no sector privado.

No primeiro nível das políticas públicas, o manifesto da Rede Europeia de Energia da Juventude apresenta três medidas: criar conselhos nacionais da juventude para a energia, com indivíduos de diferentes backgrounds; criar uma norma para avaliar o alcance a qualidade do envolvimento da juventude na energia; e dinamizar questionários nacionais para se recolher a opinião dos jovens sobre políticas energéticas e analisar a literacia energética

No âmbito da transferência de conhecimento e educação, as medidas propostas passam por criar workshops sobre o clima para o ensino secundário e dois programas sobre transição energética, um de formação híbrida gratuita para jovens não empregados, sem educação ou sem formação, e outro cíclico de cursos no ensino superior até 2035. É ainda apresentada a necessidade de formar professores do ensino secundário em green skills e de desenvolver uma one-stop-shop onde os jovens possam aceder a informação sobre educação e oportunidades de envolvimento no sector energético europeu. 

Já dinamizar programas e cargos não executivos para jovens e programas para trabalhadores-estudantes em empresas energéticas, bem como criar uma pool nacional de talentos para trabalhadores de “colarinho verde”, são três das propostas para o sector privado. A par dessas, a Rede Europeia de Energia da Juventude avançou também com a ideia de implementar um “Selo Europeu para Empresas Amigas da Juventude”, procurando fomentar uma estrutura mais inclusiva nas empresas.

O primeiro fórum da Rede Europeia de Energia da Juventude foi organizado em parceria com a EnR e com o patrocínio da ADENE, do Pavilhão do Conhecimento e da GALP. Desde dia 19 de Novembro, até ontem, reuniu várias personalidades como Nelson Lage, presidente da ADENE, e Andreia Carreiro, a “Mulher na Energia de 2022“. O evento termina hoje com uma visita a Alqueva, nomeadamente à central hidroeléctrica e à central solar flutuante.