A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) informou, nesta segunda-feira, que o sector da distribuição quer promover a eficiência energética e produzir mais electricidade a partir de fontes renováveis. Segundo a entidade, as várias empresas do sector da distribuição já estavam a apostar nestas medidas, agora explicitadas pelo Plano de Poupança de Energia 2022-2023, do Governo.
Como utilizar a energia de forma mais eficiente no sector da distribuição, que representa 11 % do PIB nacional? Para a APED, a resposta tem passado, “numa fracção significativa de lojas”, por algumas medidas como a optimização da iluminação exterior e interior e da climatização ou ainda pela adopção de equipamentos com menor consumo de energia, com o objectivo também de reduzir o consumo energético desnecessário.
No que toca à iluminação, exemplos dessas medidas passam por optar por luz natural, quando possível, por iluminação de tecnologia LED de alto desempenho energético e por reguladores de fluxos luminosos. Passam ainda por optimizar a intensidade da iluminação às necessidades dos utilizadores dos espaços e por desligar a iluminação, quer interior/exterior, quer de montras, estandartes publicitários e outros, após o encerramento da actividade das lojas.
Quanto à climatização, aquilo que as empresas da APED têm feito para minimizar o consumo energético é manter portas e janelas fechadas quando o sistema de climatização está activo, desligar os equipamentos quando os espaços não precisam de ser utilizados e regular as temperaturas dos equipamentos de climatização, “salvaguardando questões de conforto para clientes e colaboradores nos espaços”. No âmbito do frio industrial e da refrigeração, o sector tem também regulado as temperaturas na medida do possível e disseminado a colocação de portas e cortinas em arcas de frio.
Além da aposta na eficiência energética e na poupança de energia, e em alinhamento com o Roteiro para a Descarbonização do Setor da Distribuição (até 2040), recentemente apresentado ao público, a APED sublinha que o sector quer empenhar-se também nas energias renováveis. Para isso, quer instalar unidades de produção de electricidade para autoconsumo, com recurso a fontes de energia renovável, e de sistemas solar térmico para aquecimento de água.
“Devemos dar o exemplo na poupança de energia”
Referindo a ecoeficiência como objectivo estratégico das empresas da distribuição, a APED destaca que, nos últimos dez anos, o sector já reduziu até 30 % o consumo de electricidade por metro quadrado de área de venda. Acrescenta ainda que os seus associados têm assumido uma “postura proactiva” nesta matéria, incluindo não só as medidas referidas como também iniciativas de promoção de boas práticas e sensibilização junto de colaboradores e consumidores.
“Assumimos de bom grado que devemos dar o exemplo na poupança de energia e temos procurado fazer mais e melhor, indo inclusive além das recomendações dadas pelo Governo [no Plano de Poupança de Energia 2022-2023, avançado recentemente]”, afirma Gonçalo Lobo Xavier. O director-geral da APED alerta, no entanto, que importa que “medidas extraordinárias para fazer à situação excepcional vivida em termos energéticos tenham em conta as especificidades da actividade e constituam iniciativas de duração limitada e que sirvam também para sensibilizar os consumidores”.