A Panasonic está a reforçar a sua estratégia no mercado da climatização português. Mais cobertura para os clientes, produtos inovadores e com integração a novas tecnologias são algumas das novidades da marca nipónica. Enquanto country sales manager, Bruno Pereira é o homem forte da Panasonic em Portugal e conta à Edifícios e Energia alguns dos planos para o futuro: aposta nas bombas de calor e a criação de um Centro de Formação Panasonic Portugal.
Qual o posicionamento da Panasonic no mercado português?
A Panasonic tem como objectivo tornar-se uma marca de referência dentro do mercado português. No âmbito desta aposta, a Panasonic duplicou a sua estrutura em Portugal, sobretudo, nas áreas de engenharia e departamento técnico, para oferecer uma ampla cobertura aos nossos clientes. Além disso, a Panasonic está a apresentar no país as gamas de produto mais inovadoras, nas quais está a investir em grande escala na Europa; por exemplo, a gama de aquecimento e água quente sanitária da Aquarea, a bomba de calor ar-água mais eficiente do mercado, mas também outras soluções de climatização do sector comercial e industrial, como a gama VRF híbrida, os novos chillers e a gama de refrigeração CO2.
Em Junho passado, lançaram novidades na gama de bombas de calor. Qual tem sido a resposta do mercado?
Desde o lançamento da nova gama, temos percepcionado uma resposta do mercado muito positiva por parte de toda a cadeia de valor, principalmente nos promotores. A nossa gama Aquarea série J introduz novidades importantes e melhorias para o instalador que facilitam a sua instalação, arranque e manutenção, tornando-a numa solução de aquecimento e AQS muito completa e eficiente (A+++). Toda a nossa gama tem como origem a Aquarea Cloud, tendo em vista casas inteligentes.
As bombas de calor são uma prioridade da Panasonic?
É uma aposta clara e o futuro é muito promissor, já que a bomba de calor nos oferece um grande número de vantagens em relação a outros sistemas tradicionais. Podemos obter a climatização de que necessitamos empregando este único sistema ou integrando-o facilmente com outros já instalados. Isto faz com que seja possível, por exemplo, combinar a bomba de calor com um sistema de painéis solares, fazendo com que o nível de sustentabilidade seja ainda maior. Além disso, contribui para a garantia da segurança do próprio espaço, já que, ao prescindir do armazenamento de combustível e da sua manutenção, existe uma simplificação enorme, uma vez que não se geram resíduos. É uma tendência de futuro.
Qual é o vosso trunfo, nessa área?
Dispomos da bomba de calor ar-água Aquarea, que permite abranger todas as necessidades de uma moradia, uma tecnologia de ponta que obtém um COP (Coeficiente de Rendimento) muito elevado, o que resulta numa poupança à volta dos 50 %. Mais concretamente, estas bombas de calor têm um COP de 5, isto significa que, por cada kW que se consome, são produzidos 5 kW de energia, o que faz com que o rendimento seja muito significativo.
“O crescimento da Panasonic em Portugal durante os próximos anos será sustentado e basear-se-á num aumento da sua estrutura para atender satisfatoriamente às necessidades dos clientes”.
Quais são as oportunidades que a Panasonic vê actualmente no mercado nacional?
O elevado investimento no sector imobiliário e o crescimento do turismo em Portugal são actualmente os sectores de oportunidade. Temos grandes expectativas no mercado português, por essa razão, está a realizar um considerável investimento e ampliou a sua equipa, de forma a oferecer a este mercado os seus produtos inovadores e eficientes com o meio ambiente. A aposta da empresa em Portugal para as diferentes soluções de climatização é muito vasta, desde a gama Aquarea, os novos chillers, soluções de refrigeração CO2.
Temos um mercado muito competitivo. Sentem essa pressão?
Sim, temos um mercado muito competitivo. A pressão que sentimos diariamente é positiva, porque nos obriga a uma melhoria contínua, quer ao nível interno, quer na relação com os diferentes “players” do mercado. O trabalho que tem vindo a ser desenvolvido desde a mudança do modelo de negócio em Portugal tem reflectido esse empenho, principalmente na aceitação da marca. A Panasonic tem boas ferramentas para poder competir neste mercado. Contamos com uma rede própria de centros de produção de I&D (Investigação e Desenvolvimento) e oferecemos soluções avançadas e de alta eficiência, tanto a nível doméstico, como industrial. Com uma ampla gama de soluções residenciais projectadas para atender às necessidades dos consumidores, a Panasonic continua a inovar e a fornecer tecnologias mais eficientes e sustentáveis para uma vida melhor.
Como encaram a relação com os instaladores?
A Panasonic tenta fazer com que a relação com os instaladores seja muito estreita. A empresa organiza sessões de formação para conseguir que os instaladores conheçam melhor o produto e que o serviço ao cliente seja excelente. A facilidade de instalação e o arranque simples fazem com que os produtos de alta tecnologia cheguem aos consumidores da melhor forma possível. Um dos próximos investimentos será a criação do Centro de Formação Panasonic Portugal para que a relação com os instaladores seja baseada na partilha de conhecimento e confiança.
Assistimos, cada vez mais, a uma integração de outras soluções, como a mobilidade, na gestão de energia dos edifícios. Dada a experiência da Panasonic noutros sectores para além da climatização, considera que esta pode ser uma área de maior aposta para a marca?
A Panasonic contribui significativamente para o futuro da mobilidade e do transporte, desde as tecnologias dos automóveis, aos aviões e comboios, passando pelo carro autónomo, que será uma realidade em 2030 e na evolução dos sistemas avançados de assistência ao condutor através da combinação de um vasto leque de tecnologias electrónicas, tais como displays, processadores de imagem, reconhecimento de voz, entre outras, com tecnologias dentro do veículo. Na divisão de climatização, ao nível tecnológico, estamos a inovar especialmente nos sistemas de ligação, comuns a toda a gama de soluções. A Panasonic actualizou o seu sistema de controlo Aquarea Service Cloud para oferecer um serviço potente e intuitivo, controlando à distância todas as funções de aquecimento e de água quente. A nova plataforma permite o acesso e o controlo remoto dos dados e funções do sistema de aquecimento e água quente sanitária. Desde 2019, o Aquarea Service Cloud contribui também para a casa inteligente, sendo compatível com a tecnologia IFTTT [If this then that] para executar desde instruções simples, como ligar ou desligar o equipamento, até instruções complicadas, como enviar e-mails ou notificações de aviso. Podem ser incorporados outros elementos da casa inteligente para que, através do modo pré-programado, se possa alterar a temperatura e acender as luzes em resposta às alterações climáticas externas.
A integração de novas tecnologias é já uma realidade nas vossas soluções de climatização. Em que medida?
Toda a nossa gama Aquarea permite a integração na Smart Grid (SG Ready), com esta função a energia utilizada na produção é proveniente de painéis fotovoltaicos e regulada de acordo com a energia absorvida. O novo Aquarea Service Cloud permite aos especialistas em aquecimento e refrigeração realizar à distância toda a manutenção do sistema e ajustá-lo através de uma interface simples e intuitiva. Desta forma, a plataforma evoluciona o conceito de serviço de manutenção ou reparação dos equipamentos para um serviço inteligente via cloud. Além disso, o novo AC Smart Cloud representa uma solução inteligente para a gestão de edifícios. O novo sistema na nuvem da Panasonic permite o controlo completo de qualquer instalação a partir do tablet ou do computador. Com um simples clique, gere o envio de actualizações de estado em tempo real das unidades instaladas, prevendo as avarias e optimizando os custos.
Qual a estratégia da Panasonic para o ano de 2020, de forma geral e para o contexto português?
O crescimento da Panasonic em Portugal durante os próximos anos será sustentado e basear-se-á num aumento da sua estrutura para atender satisfatoriamente às necessidades dos clientes. O outro pilar estratégico para a Panasonic é a introdução de soluções únicas que proporcionem um grande diferencial de inovação e eficiência energética aos projectos no âmbito da climatização industrial e comercial. A Panasonic tem, além disso, o seu próprio Plano para 2050 com a meta ambiental de contribuir para a descarbonização do planeta, onde o objectivo é que a energia verde criada seja superior à consumida em todo o ciclo de vida do produto. Daqui até 2050, esta Visão Ambiental da Panasonic implica trabalhar no sentido da criação e um uso mais eficiente da energia para construir uma sociedade com energias renováveis e um estilo de vida mais confortável. Efectivamente, este ano conseguimos converter duas das nossas fábricas nas primeiras com categoria “Zero Emissões de CO2” da empresa. Desde Janeiro de 2019, as instalações do Panasonic Eco Technology Center (PETEC), em Hyogo, Japão, e a Panasonic Energy Belgium NV (PECBE) em Tessenderlo, Bélgica, transformaram-se para não emitir mais CO2 durante as suas operações. Além disso, participamos em projectos como o da cidade inteligente Future Living Berlin, um bairro que incorpora bombas de calor aerotérmicas da Panasonic em todas as moradias para dispor de um consumo eficiente de energia.