Com o objectivo de “reforçar” a resposta africana à pandemia do novo coronavírus (covid-19), a Comissão da União Africana e a Agência Internacional para a Energia Renovável (IRENA) anunciaram que vão trabalhar em conjunto para fazer avançar o desenvolvimento de energias renováveis no continente.
A disseminação de soluções de energia renovável, nomeadamente a aposta em sistemas energéticos descentralizados, pode vir a desempenhar um papel importante na melhoria da capacidade de resposta ao vírus por parte “das comunidades e dos centros de saúde rurais” em África. O trabalho de cooperação, anunciado no passado dia 16, surge para “reforçar” a resposta do continente africano à pandemia global da covid-19 e vai focar-se na implementação de “soluções inovadoras” para “comandar” o desenvolvimento de energia renovável, lê-se em nota lançada pela IRENA.
O desenvolvimento de sistemas energéticos descentralizados e o aumento do acesso a energia vão ser as principais apostas da parceria que junta a entidade internacional de energia renovável à União Africana, com 55 Estados-Membros.
A cooperação entre as duas entidades vai, assim, procurar aumentar o acesso da população à energia eléctrica, através de sistemas de produção descentralizados. Soluções deste tipo vão permitir que comunidades rurais do continente africano tenham capacidade para “fornecer energia a serviços críticos” no combate ao novo coronavírus, tais como “equipamento médico”, diz a IRENA. Também ao nível da higiene, a agência crê que a aposta em sistemas de energia renovável pode desempenhar um papel importante, permitindo o funcionamento de sistemas de bombagem de água e garantindo o abastecimento de água para consumo da população e para apoio ao sector agrícola. Segundo relatório de 2019 da Agência Internacional de Energia (AIE), só na região da África Subsariana, “perto de 600 milhões de pessoas” continuavam sem acesso a electricidade.
A IRENA encara a implementação de soluções energéticas renováveis como “central” para alcançar o acesso universal a energia no continente africano, assim como para cumprir com os objectivos traçados pela Agenda 2030 da ONU em matéria de desenvolvimento sustentável. No âmbito deste acordo, a agência energética e a Comissão da União Africana “vão colaborar para tornar isto possível”.