A Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa é a coordenadora do SATO – o projecto europeu que pretende desenvolver uma plataforma capaz de avaliar, em tempo real, os consumos energéticos de todos os equipamentos de um edifício com o objectivo de melhorar a sua eficiência energética. Financiado no âmbito do Horizonte 2020, o projecto conta com sete milhões de euros para a sua execução e 16 entidades parceiras de sete países europeus.

Juntando entidades dos sectores público, privado e da academia, o SATO – Self Assessment Towards Optimization of Building Energy vai procurar desenvolver uma plataforma que integra todos os equipamentos que consomem energia nos edifícios. O objectivo é “visualizar o desempenho energético em tempo real e em condições reais de utilização”, contribuindo para melhorias em matéria de eficiência energética “para as famílias, organizações e para a sustentabilidade do próprio planeta”, lê-se em nota de imprensa da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Ciências ULisboa). O projecto europeu, que promete tirar partido de “princípios e tecnologias da Internet das Coisas, da inteligência artificial e da computação na nuvem”, vai prolongar o seu trabalho até ao final de Setembro de 2023.

A análise dos consumos nos edifícios deverá permitir detectar equipamentos com avarias ou desvios de consumo e poderá viabilizar a inclusão, nos certificados de desempenho energético, a inclusão de informação sobre consumos de equipamentos como computadores, electrodomésticos e veículos eléctricos em carga, informa a Ciências ULisboa.

Ao longo dos próximos três anos, a concretização do SATO vai dividir-se em três fases: uma primeira, em que será desenvolvida uma solução económica para a avaliação do desempenho energético real em edifícios, seguindo-se uma segunda, em que serão desenvolvidos serviços de gestão de energia, “auto-optimizados e centrados nas necessidades dos utilizadores” e, por fim, seguir-se-á um teste ao sistema desenvolvido, a realizar-se “em oito edifícios piloto situados em três regiões da Europa”.

Com parceiros de Portugal, Dinamarca, Itália, Espanha, Grécia, Suíça e Áustria, o SATO é coordenado pela Ciências ULisboa, mas conta com cinco outras entidades nacionais: o CNET – centro para novas tecnologias energéticas da EDP, a empresa do sector AVAC Vieira Lopes, a Sonae, a Agência Municipal de Energia do Seixal e a Siemens Portugal. As entidades portuguesas parceiras no projecto europeu recebem, no total, mais de 2,5 milhões de euros, sendo o orçamento total para os 16 parceiros superior a 7 milhões de euros. Ao abrigo do programa Horizonte 2020, o SATO recebe cerca de 5,9 milhões de euros.