O lançamento oficial está agendado para Setembro deste ano, no entanto, o novo Daikin VRV 5 S foi apresentado, em inícios de Fevereiro, a centenas de parceiros da marca na Europa. Num evento que teve, como pano de fundo, a sustentabilidade e a economia circular, a Daikin Europe mostrou como pretende responder ao desafio de um futuro neutro em carbono, nomeadamente no que toca à obrigatoriedade de abandono progressivo dos F-Gases.
Conhecida pela sua ambição para ser uma cidade neutra em carbono já em 2025, Copenhaga, na Dinamarca, foi o local escolhido para receber, a 6 de Fevereiro, o Daikin VRV Summit. Num evento marcado pela preocupação com a sustentabilidade, no qual se evitou o desperdício de recursos e se minimizaram e compensaram as emissões de carbono dos participantes, a Daikin Europe deu a conhecer, em exclusivo, o novo VRV 5 S, o primeiro VRF da marca nipónica a utilizar R32 e aquele que esta diz ser “o melhor VRV de sempre”.
O equipamento vai ser lançado oficialmente em Setembro próximo, mas, para já, mais de 500 parceiros vindos de toda a Europa, incluindo uma dezena de portugueses, puderam conhecer, em primeira mão, as características do novo equipamento, desenvolvido para responder às exigências da legislação no que toca à imposição de utilizar fluidos frigorigéneos com menor impacto de aquecimento global (GWP, na sigla em inglês) e de abandonar progressivamente os F-Gases.
Para responder a esse desafio, desde 2012, a Daikin tem apostado na utilização do R32 nos seus equipamentos. Em 2020, é a vez de este refrigerante chegar aos VRV, com o lançamento da serie 5 S. Apesar de ter apenas um terço do GWP do R410A, a utilização do R32 levanta outras exigências, em particular no que se refere à toxicidade e inflamabilidade, o que obriga a determinadas precauções. É neste ponto que, segundo a Daikin, está uma das grandes novidades trazida pela nova gama: a incorporação de medidas de segurança implementadas de fábrica para cumprir as regras exigidas (Norma EN378 e norma de produto IEC60335-2-40). Assim, o VRV 5 S incorpora um sistema de alarmes audível e visual e válvulas de corte, accionadas sempre que é detectada uma fuga.
O facto de as medidas de segurança estarem incorporadas significa que, em termos de instalação, esta será semelhante à de um sistema a R410A. O equipamento, disponível na gama 4-5-6 CV, monofásica e trifásica de apenas um ventilador, apresenta-se também com dimensões e peso reduzido, o que se espera que facilite a instalação, acesso e integração nos edifícios.
Embora o grande impulso para o desenvolvimento do VRV 5 S tenha sido o cumprimento das normas e da legislação, a Daikin quis também apresentar um equipamento mais eficiente, para o que contribuem o novo ventilador e permutador de calor. “O novo VRV é cerca de 10 % mais eficiente e é tão fácil de instalar quanto um sistema com R410A – algo que os nossos clientes nos disseram ser muito importante, isto porque a concorrência está a disponibilizar um sistema VRV com R32, mas não está a oferecer nenhuma das medidas de segurança, o que coloca a responsabilidade no instalador”, explicou à Edifícios e Energia Kevin Cornelis, product development supervisor na Daikin Europe. “[Na Daikin] Optámos por outra solução: quisemos colocar a responsabilidade em nós próprios e garantir que tudo está incluído e que temos um sistema plug-and-play. Para além disso, usando o R32, é preciso uma carga menor para ter a mesma capacidade e as tubagens podem ter um diâmetro mais pequeno, o que vai reduzir o processo de instalação. Há muitas coisas positivas para serem ditas [sobre o modelo]!”, exclamou.
Para os projectistas e instaladores, a transição para este novo equipamento será “muito fácil”, garantiu o especialista, pelo que o “grande esforço” feito pela marca para o seu desenvolvimento não será tão “visível” para os parceiros. “A instalação e interacção com o sistema será semelhante àquilo a que estão habituados com a Daikin”, até porque houve a preocupação de optimizar a ferramenta de selecção VRV. “Existem algumas limitações para a área da divisão vs. carga, e, quando se faz uma selecção que não é permitida pela legislação, é gerado um alerta, de forma a poder fazer as mudanças necessárias ao projecto antes da instalação”, acrescentou.
A nova gama VRV 5 S chega em Setembro e, até lá, a Daikin está a estudar a possibilidade de disponibilizar VRV com mais capacidade, assim como está já a trabalhar na compatibilidade deste sistema com unidades de tratamento de ar e com cortinas de ar Biddle.
“Produto como serviço” no caminho para a circularidade
A par da redução da pegada carbónica dos seus equipamentos, através da eficiência energética e do uso de fluidos frigorigéneos com menos GWP, a Daikin decidiu abraçar, nos últimos anos, o desafio da circularidade. No momento actual, a economia circular, o uso inteligente e a eficiência energética são, segundo afirmou, durante o VRV Summit, Bernard Dehertog, senior manager for products da Daikin Europe, três elementos incontornáveis no desenvolvimento de um produto. Por esse motivo, a marca está a levar a cabo um programa que promove a utilização de gases reciclados não só nos seus equipamentos, mas em toda a cadeia do sector, esperando-se que, muito em breve, máquinas de recuperação de refrigerantes estejam disponíveis para venda aos instaladores. “A economia circular está agora a fazer parte do nosso negócio, […] muito em breve, os clientes vão querer saber se os produtos são recicláveis ou não”, disse, por sua vez, Ansgar Thiemann, business development manager da empresa.
O posicionamento da marca sobre o tema ficou bem marcado em todo o VRV Summit, começando pela escolha da cidade anfitriã e pela participação do especialista Mathias Fahy, que lançou o desafio de se pensar num modelo de negócio “produto como serviço”. Para além disso, o evento não usou papel, a comida servida aos convidados teve origem local e as deslocações na cidade foram feitas em transportes colectivos públicos. As emissões dos voos que levaram os convidados à capital dinamarquesa serão compensadas pela Daikin, através do investimento num projecto de eficiência energética na Índia.
*A jornalista viajou a convite da Daikin Portugal