Testar e desenvolver soluções de aquecimento e arrefecimento urbano que melhorem a utilização do calor residual na Europa é o desafio a que se propõe o projecto DISCO. Com o apoio de uma dezena de parceiros, a iniciativa quer impulsionar a descarbonização deste sector e contribuir para o cumprimento das metas da Directiva Energias Renováveis.
De acordo com a página oficial do projecto, “na Europa, as indústrias consomem grandes quantidades de energia sob a forma de combustível, calor, vapor e electricidade. Uma parcela significativa desta energia é perdida como calor residual, que é frequentemente libertado para a atmosfera”. Partindo deste princípio, a captura e reutilização deste recurso “oferece uma oportunidade clara: reduzir os custos de energia e, ao mesmo tempo, contribuir para as metas climáticas”.
A iniciativa deixa claro que a tecnologia necessária para este efeito já existe, mas que o verdadeiro desafio está em “superar a hesitação entre os formuladores de políticas, as empresas e as comunidades”.
A Directiva Energias Renováveis fornece a estrutura política e as autoridades públicas são responsáveis pela implementação: “Muitas ainda não estão totalmente equipadas para enfrentar esse desafio, o que torna a cooperação essencial”. O trabalho conjunto entre as autoridades pode contribuir para um intercâmbio de ideias e o desenvolvimento de capacidades e respostas inovadoras.
Neste contexto, e à medida que o sistema energético europeu se torna cada vez mais complexo e as tecnologias emergentes criam novas incertezas, as autoridades públicas necessitam de conhecimentos avançados para tomar decisões informadas. A equipa do projecto DISCO apoia este objectivo, desenvolvendo e testando políticas e soluções que melhoram a eficiência energética e apoiam a descarbonização do aquecimento e arrefecimento em edifícios.
O trabalho a ser desenvolvido pelo DISCO gravita em torno de quatro pontos: as soluções técnicas, com a análise de infraestrutura, tecnologias aplicadas ou métodos de recuperação de calor residual; potencial económico, através da avaliação de custos e benefícios do uso de energia residual; estruturas regulatórias, com a avaliação dos requisitos actuais e identificação das melhorias necessárias; cooperação e capacitação, com base na construção de parcerias entre autoridades públicas, indústria e cidadãos enquanto aprimora habilidades para projectar e implementar estratégias.
Lançado em Maio pelo programa Interreg Europe, o projecto DISCO está a ser desenvolvido em dez regiões europeias. Com um orçamento de mais de dois milhões de euros, é liderado pela Agência de Energia do Norte da Suécia. É esperado que o projecto se mantenha activo até Julho de 2029.
Fotografia de destaque: © Projecto DISCO/Adobe Stock








