A Quercus apresentou uma proposta para a criação de um pacote financeiro de 500 milhões de euros para apoiar famílias na compra e instalação de equipamentos solares fotovoltaicos para as suas residências. Segundo a associação de defesa do ambiente, este fundo poderia chegar a 66 mil famílias durante os próximos três anos.
A Associação Nacional de Conservação da Natureza – Quercus propôs ao Governo português a criação de um incentivo de 500 milhões de euros destinados a apoiar directamente famílias residentes em território nacional na compra e instalação de equipamentos solares fotovoltaicos. A proposta, revelada no passado dia 2 de Junho, tem como objectivo auxiliar na “redução da factura energética dos consumidores” e no aumento da independência energética do país, revela a associação em nota de imprensa.
Sugerindo a inclusão deste fundo no plano de recuperação económica em preparação pelo Governo, a Quercus pretende que este “apoio directo” chegue a 66 mil famílias nos próximos três anos, prevendo o posterior alargamento da medida “a toda a população”. O propósito, diz a associação, é o de promover “uma maior justiça energética em Portugal”, ajudando no combate à pobreza energética, “num país onde o preço de energia é dos mais altos da Europa”. Segundo o Eurostat, no segundo semestre de 2018, Portugal tinha mesmo a energia eléctrica mais cara do continente, medida em paridade de poder de compra.
A proposta da organização de defesa do ambiente prevê um incentivo de 80 %, a fundo perdido, para investimentos “de cerca de 7500” euros em edifícios residenciais e edifícios de micro e pequenas empresas. A criação deste fundo “permitiria ainda o fomento de todo um cluster que engloba os fabricantes de equipamentos, os distribuidores e retalhistas, assim como as empresas que fazem a instalação dos equipamentos nos edifícios”, considera a associação.
Em comunicado, a Quercus considera que Portugal “deve aproveitar o ambiente europeu favorável”, com a disponibilização de fundos “para incentivos ao investimento em renováveis” e sublinha a “necessidade de uma revisão legislativa urgente” do modelo de produção de energia, através de painéis fotovoltaicos, para autoconsumo, por forma a possibilitar uma maior utilização destes equipamentos e contribuindo para a descida do preço da energia e para a descarbonização da economia.