Projecto do IPSetúbal que criou solução de armazenamento térmico em habitações na lista de bons exemplos da UE

O projecto de investigação TESSe2b, liderado pelo Instituto Politécnico de Setúbal (IPS), foi destacado pela Comissão Europeia como um dos projectos bem sucedidos no contributo para a meta da neutralidade climática europeia em 2050. A iniciativa, que decorreu entre 2015 e 2019, desenvolveu uma solução para o armazenamento de energia térmica em edifícios residenciais.

No TESSe2b – Thermal Energy Storage Systems for Energy Efficient Buildings, participaram dez parceiros, num consórcio liderado pelo IPS, em particular por Luís Coelho da Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS). A iniciativa foi incluída na lista da Comissão Europeia de projectos bem sucedidos no âmbito da Investigação e Desenvolvimento que contribuem para alcançar os objectivos do Pacto Ecológico Europeu.

O projecto procurou desenvolver uma solução para o problema do armazenamento de energia térmica, num momento em que se perspectiva que os edifícios residenciais passem a usar fontes de energia renováveis. A solução desenvolvida foi testada em três locais de demonstração com climas diferenciados – Áustria, Espanha e Chipre –, conseguindo-se uma redução do consumo de energia nas habitações de, pelo menos, 30 %.

Face a estes resultados, o projecto garantiu o seu contributo para a diminuição do impacto ambiental, mas também para a “redução dos consumos energéticas e respectivos custos, bem como no aumento da contribuição das fontes de energia renováveis para aquecimento, arrefecimento e águas quentes sanitárias”, refere o investigador responsável. Por sua vez, para a instituição de ensino portuguesa, esta foi uma oportunidade única de “alargar a sua rede de contactos internacionais”, sem esquecer a marca que deixou na sua prática pedagógica. “Este projecto em concreto, bem como outros de investigação e desenvolvimento em que o IPS tem estado envolvido, tem permitido também actualizar matérias leccionadas nas licenciaturas e mestrados relacionados e envolver estudantes e bolseiros de investigação, contribuindo assim para uma formação mais avançada e alinhada com os desenvolvimentos tecnológicos actuais e futuros”, conclui.

O TESSe2b contou com um orçamento de 4,3 milhões de euros, financiados pelo Horizonte 2020, o programa de investigação e inovação da União Europeia e que vai, agora, ser sucedido pelo Horizonte Europa, que vigorará até 2027.