A Associação dos Instaladores de Portugal (AIPOR) lançou um manual que sugere medidas a adoptar na operação de sistemas de ar condicionado e instalações sanitárias. A associação do sector AVAC volta a garantir que a utilização de ar condicionado não representa “risco acrescido de transmissão” do novo coronavírus e sublinha a importância de acções que promovam a renovação do ar, como a continuidade da operação dos sistemas de ventilação.

Segundo a AIPOR, este manual foi enviado à Direcção-Geral de Saúde (DGS) “em meados de Maio” para “apoiar na elaboração de orientações técnicas” a adoptar nas unidades de prestação de cuidados de saúde, “culminando” na publicação, no início desta semana, da Orientação nº 033/2020, com recomendações para os sistemas AVAC nestes espaços.

Entre as recomendações da associação portuguesa, encontram-se a colocação da ventilação em funcionamento contínuo e “a velocidade reduzida”, durante as noites e fins de semana, mas também o arejamento através da abertura de janelas, “mesmo quando o edifício possui ventilação mecânica”, e a colocação de todas as unidades de tratamento de ar “com recirculação de ar novo a 100 %”.

Na nota enviada às redacções, a associação que representa as empresas instaladoras responsáveis pelas Instalações Técnicas Especiais aconselha, ainda, a que não se efectue a limpeza de condutas durante este período, mas recomenda a manutenção das acções de substituição de filtros “conforme plano de manutenção preventiva”.

Para a elaboração do manual, a AIPOR contou com as recomendações efectuadas por entidades como a Federação Europeia das Associações de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (REHVA), a Ordem dos Engenheiros e a sociedade internacional de AVAC-R (ASHRAE).

Mais uma vez, a AIPOR reforça que utilização de equipamentos de ventilação e ar condicionado não aumenta o risco de transmissão do vírus SARS-Cov-2, responsável pela propagação da Covid-19, afirmando que estes “ajudam a mitigar a [sua] propagação”. A presidente da AIPOR, Celeste Campinho, afirmou que “o ar condicionado não aumenta a carga viral de qualquer vírus, mas faz com que a mesma diminua pelo seu efeito de difusão e diluição no ar”, pelo que, regista, “a ideia de que o ar condicionado possa contribuir para propagar o novo coronavírus está completamente errada”.

À semelhança daquela que tem sido a posição de entidades ligadas ao sector AVAC, tanto portuguesas como internacionais, a associação empresarial portuguesa aconselha que se “garanta a ventilação de espaços com ar novo, do exterior”, e que a ventilação mecânica seja colocada em funcionamento, “em velocidade média”, duas horas antes da utilização dos espaços, e em “velocidade reduzida” nas duas horas seguintes à ocupação.

As informações disponibilizadas pela AIPOR para ajudar os instaladores na sua actividade durante a pandemia podem ser consultadas aqui.