Especialistas e profissionais das áreas da Arquitetura, Engenharia, Construção e Climatização estiveram reunidos em Matosinhos (Porto), num Congresso Internacional que decorreu na Porto Business School
O futuro da Construção e da Climatização passa por soluções integradas e sustentáveis, como a tecnologia radiante, a utilização de Hidrogénio e a aposta no Envelope Térmico. A 4ª. edição do Congresso Internacional Giacomini dedicado aos “Edifícios do Futuro” juntou mais de 150 profissionais.
A eficiência energética começa com o desenvolvimento daquilo quer os especialistas designam de Envelope Térmico: o conjunto de elementos construtivos, como paredes, telhados, pisos e janelas, que isola e protege o interior das infraestruturas das condições externas, bem como das tecnologias a integrar consoante as especificidades de cada projeto. Só assim teremos no futuro edifícios mais sustentáveis, eficientes energeticamente e com muito mais conforto. Esta foi a premissa que esteve em destaque no 4º. Congresso Internacional Giacomini, que decorreu no dia 6 de junho, sob o tema “Edifícios do Futuro”.
Investigadores europeus das áreas da Arquitetura, Engenharia, Construção e Climatização consideraram que este conceito (Envelope Térmico) deve ser a base de qualquer projeto sustentável. “Não podemos permitir medidas avulsas no parque edificado sem um programa de ação para cada um dos edifícios”, alertou Bento Aires, Presidente da Ordem dos Engenheiros – Região Norte (OERN), sublinhando a importância das intervenções bem planeadas e das técnicas inovadoras, que devem ser adaptadas caso a caso.

Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, enfatizou o impacto que este setor tem nas emissões de carbono da cidade (cerca de 50%), bem como o esforço que o município tem feito na reabilitação e melhoria do parque habitacional público. “Queremos começar a produzir energia nos edifícios e esperamos que as pessoas possam também participar nesta transição”, explicou.
A par da envolvente térmica, a necessidade de descodificar a tecnologia e apostar na pedagogia junto dos cidadãos foi uma das ideias transversais ao encontro. “O setor da construção ainda não está preparado para responder a estes desafios”, mas este é o momento de agir, afirmou José de Matos, Secretário-Geral da Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC).
Foram ainda apresentadas estratégias já implementadas com sucesso na Europa, como o InnovaHub District, no Benelux, que utiliza o Hidrogénio como recurso energético e cuja gestão é assegurada através de Inteligência Artificial, tornando o aquecimento/arrefecimento dos espaços e de calefação das águas mais eficaz e sustentável. “O Hidrogénio permite armazenar uma grande quantidade de energia numa pequena superfície, sem emissões poluentes”, pelo que é uma peça-chave “na descarbonização”, referiu Wim Gijbels, Diretor de Engenharia da Giacomini Benelux.
Os tetos e pavimentos radiantes foram apontados como abordagens necessárias. O arquiteto Luís Rebelo de Andrade reforçou que o calor, que “tem de partir da terra”, deve “subir e envolver-nos”, numa lógica mais natural e saudável. Já Sérgio Espiñeira, Diretor Técnico da Giacomini Espanha, apresentou o teto radiante como “uma alternativa mais leve e industrializada, que funciona mais depressa”.
A Diretiva Europeia sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), atualmente em revisão, traz novas exigências e metas ambiciosas, como o foco na eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e a introdução do ciclo de vida dos edifícios. Rui Fragoso, Diretor do Departamento de Edifícios e Eficiência de Recursos da ADENE – Agência para a Energia, indicou que se está a apostar na automação e controlo dos espaços construídos.

Vasco Silva, Diretor-Geral da Giacomini Portugal, corroborou a ideia de que a definição de um Envelope Térmico para cada projeto de construção será a melhor forma de sistematizar e garantir um edifício racional em todos os aspetos e eficiente energeticamente, promovendo a sustentabilidade, a poupança de custos de utilização, a durabilidade dos materiais e integração das tecnologias de climatização mais adequadas. “Para além da boa construção e dos bons materiais, deve-se recorrer às melhores e mais eficientes tecnologias, como, por exemplo, a climatização radiante (pisos, tetos e paredes), combustores a hidrogénio, e outras inovações que, com toda a certeza, farão parte do futuro dos sistemas de climatização e conforto dos edifícios, sejam eles residenciais, comerciais, empresariais, industriais ou de serviços públicos”.
Promovida por duas empresas de referência, a italiana Giacomini e a portuguesa Azulaico, a iniciativa mobilizou mais de 150 profissionais de várias regiões do país, com conhecimento e experiência no mercado.
A sessão decorreu no Auditório SONAE da Porto Business School, em Matosinhos (Porto).

O texto acima é da inteira responsabilidade das empresas/entidades em causa
Fonte: Press Release