O Itecons promove o primeiro Simpósio E2H – Eficiência Energética e Hídrica do Edificado e das Comunidades, hoje e amanhã, na suas instalações, em Coimbra.
Este simpósio tem como objetivo promover a discussão e reflexão sobre as políticas, estratégias e soluções inovadoras para a eficiência energética e hídrica, tanto no contexto de edifícios quanto em comunidades urbanas.
Reunirá especialistas de diversas áreas, fomentando a troca de experiências e conhecimentos técnicos que impulsionem a implementação de medidas sustentáveis e contará com a participação de oradores convidados, além de apresentações de estudantes, investigadores, profissionais e outros atores do setor, criando um espaço dinâmico para o debate e a divulgação de estudos, tecnologias e produtos inovadores.
Os principais temas a serem debatidos incluem eficiência energética e hídrica, soluções construtivas sustentáveis, qualidade do ambiente interior, entre outros.
No atual contexto de crescente escassez de recursos e mudanças político-sociais significativas, o simpósio pretende mobilizar diversos agentes do setor da construção, da indústria, da comunidade académica e científica, e da administração pública, criando um espaço de discussão e colaboração para enfrentar os desafios da sustentabilidade.
Destaca-se no dia 24, pelas 9h45, a sessão “Desafios e Perspetivas”, que terá como palestrantes Dinis Rodrigues, do Banco Europeu de Investimento, Jorge Brito, da Comunidade Intermunicipal de Região Centro, Alfeu Sá Marques, das Águas de Coimbra e Beatriz Ferrer, do Ambiental.
Já no dia 25, pelas 14h30, decorrerá a sessão com o título “EPBD: Missão Possível?” dedicada à discussão da diretiva europeia de desempenho energético de edifícios e conta com a participação de três especialistas, destacando-se o professor Eduardo Maldonado, da Universidade do Porto, que foi responsável pela transposição da primeira EPBD; Hélder Gonçalves, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia; e Manuela Almeida, da Universidade do Minho e Rita Ascenso, da revista “Edifícios & Energia”, como moderadora.
Este evento surge num momento crucial, em que a Europa está profundamente envolvida na transição energética, como demonstra o Pacto Ecológico Europeu, o programa Fit for 55, a Lei Europeia em Matéria de Clima e várias Diretivas Europeias, que visam tornar a Europa o primeiro continente a atingir a neutralidade carbónica.
Enquadramento
O Pacto Ecológico Europeu, o Fit for 55, a Lei Europeia em Matéria de Clima, as Diretivas Europeias, são exemplos que revelam a agitação em que vivemos em termos de política energética na União Europeia. A Europa tem como objetivo ser o primeiro continente a atingir neutralidade carbónica. Estas iniciativas refletem-se também no desassossego em que cada Estado-Membro fica para pôr em prática estas políticas.
Em Portugal, foram lançados dois planos estratégicos gerais: o Roteiro para a Neutralidade Carbónica (RNC 2050) e o Plano Nacional para Energia e Clima (PNEC 2030). Tendo em conta que o setor da construção continua a ser um dos mais impactantes nas emissões de carbono, há estratégias que urgem pôr em prática. Destaca-se a intenção de pôr em prática a Estratégia de Longo Prazo para a Renovação dos Edifícios (ELPRE 2050) e a Estratégia Nacional de Longo Prazo para o Combate à Pobreza Energética (ENLPCPE 2050). Na sequência destes nossos planos nacionais e das Diretivas Europeias, surgem os Decretos-Lei, Portarias e Despachos que ajudam a regular o mercado, que têm um grande impacto no mercado.
Considera-se que um contributo importante para atingir os objetivos de descarbonização e neutralidade carbónica tem origem na água, no nexus água-energia. Por exemplo, o consumo de energia associado ao aquecimento de água pode representar mais de 20% da fatura energética de uma habitação. Nas cidades, a utilização de energia para os processos de tratamento e transporte da água pode atingir mais de 15% das necessidades de energia. Atendendo a que nos edifícios existe, em média, um potencial de poupança de água de 30%, uma maior eficiência na utilização da água terá também um impacto significativo nos consumos de energia.
O nexus água-energia já está presente nas políticas públicas, sendo exemplo o Programa ECO.AP 2030 que vem instituir, pela primeira vez, objetivos de aumento da Eficiência Hídrica, estabelecendo como meta a redução do consumo água em 20% até 2030 pelas atividades desenvolvidas pelo Estado. É ainda apresentada a meta agregada de renovação energética e hídrica dos edifícios públicos.
Face à atual conjetura político-social e a crescente escassez de recursos, tanto os agentes do setor da construção e da indústria, como a comunidade académica e científica e a administração pública encontram-se hoje extremamente motivados para o desenvolvimento de produtos e tecnologias inovadores que ajudem na implementação de políticas e estratégias eficazes na melhoria da eficiência energética e hídrica, tanto ao nível do edificado como das comunidades.
Neste contexto, o Itecons procura contribuir na mobilização dos agentes na discussão alargada destes assuntos através da organização do primeiro simpósio “Eficiência energética e hídrica do edificado e das comunidades”.
O texto acima é da inteira responsabilidade das empresas/entidades em causa.
Fonte: Press Release