Na sequência dos primeiros 100 dias de mandato da Comissão Europeia, a Solar Heat Europe lançou um comunicado no qual afirma que o sector solar térmico está “globalmente optimista” com as medidas apresentadas para as áreas da energia acessível e da competitividade da indústria europeia. Ainda assim, insta os legisladores a “não perderem de vista o apoio às pequenas e médias empresas europeias (PME) e a garantirem condições de concorrência equitativas entre as tecnologias limpas”, mantendo simultaneamente os objectivos de neutralidade carbónica até 2050 e dando uma ênfase muito maior às fontes de calor renováveis. 

Para a Solar Heat Europe, o Acordo para a Indústria Limpa identifica o acesso à energia a preços acessíveis como uma “pedra angular da competitividade”. O apelo à promoção e protecção da indústria da União Europeia (UE), uma melhor tributação da energia, um licenciamento mais rápido para as energias renováveis e o apoio às competências e empregos de qualidade são aspectos destacados por este sector.

Ainda assim, é deixado um reparo: “As fontes de energia para a descarbonização identificadas no âmbito do Acordo para a Indústria Limpa devem considerar mais explicitamente todas as tecnologias limpas e colocá-las em pé de igualdade, especialmente quando estas estão prontamente disponíveis, comprovadas e produzidas por um sector baseado na UE – como o solar térmico – que é capaz de satisfazer 50 % das necessidades de calor industrial em sectores-chave como os produtos químicos, os alimentos e bebidas, a pasta de papel e o papel, os têxteis, etc”, defende a associação.

A electrificação é vista como necessária, mas a Solar Heat Europe garante que a mesma “não pode satisfazer todas as necessidades energéticas por si só”, o que, no entender da associação, irá sobrecarregar uma rede que não está preparada para responder a esta procura. “É possível encontrar sinergias e eficiências que devem ser incentivadas de forma muito mais clara”, reitera.

Guglielmo Cioni, presidente da Solar Heat Europe, é citado no comunicado: “O Acordo para a Indústria Limpa deve promover o crescimento dos sectores de tecnologias limpas existentes na União Europeia, incluindo o solar térmico, para reforçar a produção na Europa, aumentar a competitividade, impulsionar a inovação e criar emprego. A nossa tecnologia pode ajudar a satisfazer as necessidades de calor tanto dos cidadãos como da indústria. O calor solar deve fazer parte destes planos, pois tem muito para oferecer”. A Solar Heat Europe acrescenta que o solar térmico é uma tecnologia já presente em 11 milhões de telhados e em centenas de redes de aquecimento urbano e indústrias, sendo produzido por mais de 250 PME’s europeias.

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