Também no sector da transição energética há disparidades entre homens e mulheres que têm de ser urgentemente corrigidas. É o que indica um novo estudo, conduzido pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia (CCI) juntamente com o 75inQ (centro neerlandês especializado em diversidade na transição energética), sobre os efeitos da transição energética nas mulheres.

De acordo com os dados principais que constam em Gender and Energy: The Effects of The Energy Transition on Women (Género e Energia: Os Efeitos da Transição Energética nas Mulheres), estas estão geralmente mais expostas a um cenário de pobreza energética. Isto porque têm muitas vezes rendimentos mais baixos e, quando o agregado familiar é monoparental, o adulto neste caso é quase sempre uma figura feminina. Tudo se transforma numa bola de neve, já que as consequências da pobreza energética podem trazer problemas de saúde e exclusão social.

Quando se analisa a força de trabalho no sector das energias renováveis, a balança ainda está desequilibrada. Em 2019, as mulheres representavam 32% da mão de obra. De acordo com o que o estudo conseguiu apurar, o mercado está cada vez mais atento ao intervalo que é preciso diminuir mas é preciso prestar “mais atenção nos próximos anos para abordar as questões restantes”.

Segundo os dados mais recentes, na área da energia solar fotovoltaica, nos cargos de full-time há 40% de mulheres, sendo que esse número desce quase para metade na energia eólica, com 21% de trabalhadoras femininas.

No entanto, quando se analisa mais a fundo o sector da energia solar fotovoltaica, percebe-se que a maioria das mulheres têm cargos mal remunerados e não-técnicos e a indústria não dá prioridade a uma mão de obra inclusiva. Da percentagem de mulheres a trabalhar na área, a maioria (58%) tem funções administrativas.

Este estudo sublinha a “importância das políticas inclusivas para garantir a participação activa e a representação das mulheres no sector da energia, não apenas como consumidoras, mas como decisoras e inovadoras”.

“Reconhecer e corrigir as disparidades entre homens e mulheres à medida que o panorama  energético muda, não só assegura uma transição justa, como também prepara o caminho para uma sociedade europeia capacitada, resistente e progressista”, explica o Gender and Energy: The Effects of The Energy Transition on Women.