A conclusão é de um estudo realizado pela Universidade de Georgia, nos Estados Unidos da América: sem prejuízo para o conforto térmico, aumentar a temperatura dos edifícios pode levar a uma redução de até 40 % no consumo energético. Conduzido em edifícios daquela instituição de ensino superior, o estudo concluiu que aumentar o termóstato em apenas 0,5 ou 1 graus celsius (º C) resulta numa diminuição dos custos com a energia.

Tanto nos meses de Verão como nos de Inverno, um ligeiro aumento da temperatura no termóstato dos sistemas AVAC dos edifícios pode conduzir a uma redução do consumo energético que se situa entre os 19% e os 40%, sem que esse acréscimo resulte num aumento do desconforto térmico. O recém publicado estudo da universidade do estado norte-americano de Georgia focou-se no impacto do ajuste dos sistemas de arrefecimento, avaliando a percepção de conforto térmico e o consumo energético dos equipamentos AVAC em edifícios do campus da instituição de ensino. Apesar de ter sido realizado em edifícios de grandes dimensões, as conclusões do estudo podem ser aplicadas também a habitações unifamiliares, defende a nota publicada pela Universidade de Georgia.

Durante a realização dos testes, os ocupantes dos edifícios não foram informados das mudanças aplicadas aos termóstatos dos equipamentos AVAC antes de terem sido inquiridos sobre a sua percepção de conforto térmico. Inicialmente situada entre os 21,1ºC e os 22,8º C, a temperatura do ar dentro dos edifícios que integraram a experiência foi aumentada para um intervalo entre os 23,3º C e os 24,4º C. Este aumento resultou numa diminuição do consumo energético, “sem queixas por parte dos ocupantes dos edifícios”.

Responsável pela realização do estudo, Thomas Lawrence, docente da faculdade de engenharia da Universidade de Georgia, aponta para o facto de, “ao longo dos anos, vários estudos” terem mostrado que “por cada mudança de 0,5º C nas definições do termóstato, verifica-se um aumento de, aproximadamente, 3 % nas poupanças energéticas, relativamente às definições normais” destes equipamentos.

O estudo, levado a cabo pelo docente da universidade e por duas alunas da mesma instituição, foi apresentado num simpósio técnico organizado pela ASHRAE, sociedade americana de AVAC-R, e pela CIBSE, associação internacional de engenharia sediada em Londres, que decorreu on-line nos passados dias 14 e 15 de Setembro.