Implementar soluções digitais e eléctricas de gestão de edifícios e energia e tecnologias eléctricas de aquecimento, aliadas ao fornecimento local de energia renovável, pode cortar até 70 % das emissões operacionais de carbono de um edifício de escritórios. Os dados são de estudo da Schneider Electric, divulgado ontem.

Um grande edifícios de escritórios, construído no início dos anos 2000, considerando várias zonas climáticas dos Estados Unidos da América. É esse o ponto de partida da investigação levada a cabo pela Schneider Electric, empresa dedicada à digitalização da gestão e automação da energia, com o apoio da WSP, empresa de design global, que quantificou o impacto de determinadas actualizações tecnológicas no desempenho energético e nas emissões de carbono desse edifício.

Através da modelagem desses factores, foi possível demonstrar que a aplicação de soluções digitais de gestão de edifícios e de energia permitia reduzir até 42 % das emissões operacionais de carbono, com um período de retorno inferior a três anos. Se a essas soluções se acrescentassem, por um lado, a electrificação de tecnologias de aquecimento (substituindo as alimentadas por combustíveis fósseis) e, por outro, a instalação de uma microgrid com fontes de energia renováveis locais, seria possível registar uma redução adicional de 28 %.

Traduzindo-se na redução total de até 70 % das emissões operacionais de carbono, a Schneider Electric aponta para este resultado como um argumento favorável à abordagem digital first na renovação de edifícios. 

A aplicabilidade a “todos os tipos de edifícios e climas”, o menor grau de perturbação para as operações diárias associado à implementação de tecnologias digitais, a criação de novos empregos e a rapidez do contributo desta via para a descarbonização são outros dos argumentos apontados pela empresa. “Não descarbonizar rapidamente os edifícios pode também resultar em activos estagnados que perdem valor e são pouco atractivos, tanto para investidores como para inquilinos”, acrescenta.

“A redução das emissões de carbono em até 70% é viável se transformarmos o nosso parque imobiliário existente em activos eficientes em termos energéticos, totalmente electrificados e digitalizados”, realça Mike Kazmierczak, vice-presidente do Digital Energy Decarbonization Office da Schneider Electric, em comunicado. E, por isso, para o responsável, “deter as emissões operacionais é a alavanca principal para descarbonizar os edifícios existentes em escala e atingir os objectivos de emissões net-zero até 2050”.