Em 2020, as vendas do sector de AVAC-R no Brasil caíram 4 %, mas devem recuperar já este ano, ultrapassando números de 2019, revela a ABRAVA – Associação Brasileira de Refrigeração, Ar Condicionado, Ventilação e Aquecimento. A pandemia de Covid-19 foi a causadora do estrago, num ano em que o “sector estava optimista e com elevadas expectativas”.
As previsões da associação brasileira, apresentadas a 27 de Janeiro, no evento on-line “ABRAVA de Portas Abertas”, mostram que, em 2020, a quebra nas vendas de equipamentos de ar condicionado domésticos, face a 2019, foi de 5,6 %. Mais acentuada foi a retracção no segmento dos equipamentos centrais, que caíram 6,4 %.
Apesar disto, para 2021, as previsões do economista Guilherme Moreira, responsável pelo Departamento de Economia e Estatística da ABRAVA, são animadoras e indicam uma retoma das vendas em todos os segmentos, superando ligeiramente os números de 2019. Segundo os dados, espera-se uma recuperação de 5 % nas vendas do sector AVAC-R para 2021, cujo valor ascenderá aos 34,5 mil milhões de reais.
Actividade retomou logo no segundo semestre de 2020
A análise da ABRAVA revela que, durante o ano que passou, a pandemia “praticamente paralisou a actividade no primeiro semestre”. No entanto, apesar das “enormes dificuldades”, na segunda metade de 2020, o mercado sentiu já algum alívio. De acordo com o especialista, o ar condicionado residencial soube aproveitar as novas necessidades causadas pelas mudanças de hábitos dos brasileiros, como o teletrabalho e as aulas on-line, o que levou a uma atenuação dos efeitos negativos da pandemia logo no segundo semestre. Por seu lado, os equipamentos centrais tiveram mais dificuldade em recuperar, dada a queda de actividade no sector dos serviços e o adiamento de investimentos.
Apesar das “expectativas frustradas do sector” brasileiro em 2020, é expectável que “o movimento de recuperação da actividade iniciado no segundo semestre continue em 2021”. Nesse sentido, a associação antevê que as áreas directamente ligados ao consumo das famílias terão uma “recuperação mais rápida”. Em contrapartida, os restantes segmentos, que dependem de maior investimento, continuarão a ser prejudicados pelo clima de incerteza causado pela pandemia.
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