Promover a reabitação de edifícios existentes nos dois países. Esse é o objectivo da parceria assinada entre o Banco Europeu de Investimento (BEI) e a Unión de Créditos Inmobiliarios (UCI), uma joint venture entre o Banco Santander e o Grupo BNP Paribas. A iniciativa representa um investimento de 50 milhões de euros numa securitização de hipotecas residenciais (originárias de Espanha) no valor de 480 milhões de euros (RMBS Prado VIII). Na prática, este investimento “ajudará a conceder novos empréstimos verdes e sustentáveis ​​para indivíduos e condomínios que estão a investir na reforma de edifícios”. O documento refere que o investimento também se aplica à compra de habitações que “cumpram os elevados padrões de eficiência energética”.

Uma iniciativa que contribuirá, de forma significativa, para a redução de emissões de CO2. Como refere o BEI, a partir do momento em que os fundos sejam desembolsados (a 100 %) haverá uma economia total (nos dois países) de energia estimada em 57,3 GWh por ano, “o que representa uma redução das emissões de CO2 de 10 269 toneladas por ano (equivalente ao consumo anual de energia de 14mil famílias)”. A par da redução das emissões a parceria terá um outro efeito positivo: a criação de cerca de 940 empregos por ano durante o período de construção.

Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do BEI, falou sobre a situação específica espanhola, onde cerca de “75 % dos edifícios têm baixa eficiência energética e – o mais crítico – quase 85-95 % destes ainda estarão a ser utilizados por 2050”. É neste tipo de edifícios que a iniciativa tenderá a incidir, com critérios muito específicos. Segundo o BEI, os empréstimos abrangidos pela iniciativa terão de cumprir os critérios estabelecidos pela European Mortgage Federation in the Energy efficient Mortgages Action Plan (EeMAP). Com especial atenção às operações de renovação, que devem resultar na melhoria de, pelo menos, 30 % da eficiência energética do edifício. Já no que concerne a aquisição, os critérios são ainda mais exigentes: as novas habitações devem ter uma utilização de energia quase nula.

Esta foi a segunda parceria assinada com a UCI. A primeira ocorreu em Maio do ano passado, tendo, na altura, o BEI investido 100 milhões de euros no RMBS Green Belém 1 (a primeira emissão de obrigações verdes em Portugal promovida pela UCI).