O Estudo sobre o Impacto da Electricidade de Origem Renovável revela que as energias renováveis pouparam cerca de 6,1 mil milhões de euros na factura de electricidade do consumidor, entre 2016 e 2020, e que a electricidade de fonte renovável permitiu evitar a emissão de 19,9 milhões de toneladas de CO2 em 2020. Os dados mostram ainda que as Fontes de Energia Renovável (FER) geram poupanças anuais na factura da electricidade de até 50 euros para um consumidor doméstico e de até 4 500 euros para um consumidor não doméstico.

Apresentado no dia 7 de Setembro, o Estudo sobre o Impacto da Electricidade de Origem Renovável consistiu numa análise da consultora Deloitte para a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN). A pesquisa avaliou “o impacto e a contribuição, entre 2016 e 2020, da electricidade de origem renovável na factura dos consumidores, no sistema eléctrico e na economia nacional, projectando os seus efeitos no contexto da política energética e objectivos estabelecidos no Plano Nacional de Energia e Clima para Portugal até 2030, e olhando também para a nova ambição climática estabelecida pela União Europeia, presente no pacote legislativo europeu Fit for 55”, lê-se em comunicado.

Assim, e no que respeita à contribuição directa do sector de electricidade de origem renovável no PIB, esta análise permitiu concluir que a contribuição das FER representou cerca de 1,9 % do PIB, o que se traduz em cerca de 3,7 mil milhões de euros por ano, entre 2016 e 2020. Prevê-se que, em 2030, este valor suba para cerca de 12,8 % mil milhões de euros, o que representa cerca de 5 % do PIB. Contudo, e juntando à equação a produção renovável resultante do hidrogénio verde e o “aumento da ambição climática”, este valor pode atingir valores entre 1,9 a 6,7 mil milhões de euros, anualmente.

Da mesma forma, em 2020, o impacto do sector de produção de electricidade traduziu-se na existência de 51 mil empregos, sendo que, até 2030, as FER deverão fazer com que este valor chegue aos 160 mil. Mais uma vez, com a introdução do hidrogénio verde e com o aumento da ambição climática, poderão ser criados entre 24 a 83 mil empregos, adicionalmente. A par destes resultados, entre 2020 e 2030, prevê-se que a contribuição anual para a Segurança Social seja superior a cerca de 1 000 milhões de euros, chegando este valor aos 1 600 milhões de euros em 2030. O hidrogénio verde e o aumento da ambição climática poderão, de acordo com o comunicado lançado, acrescentar entre 243 a 842 milhões de euros anuais ao total de contribuições para a Segurança Social, em 2030.

Por fim, e no que respeita ao impacto socioeconómico, este estudo revela ainda que, em 2030, o IVA deverá atingir cerca de 1 900 milhões de contribuição líquida anual, o que representa um valor quatro vezes superior relativamente a 2020. Contudo, o hidrogénio verde e o aumento da ambição climática poderão acrescer entre 350 e 1 139 milhões de euros anuais ao saldo líquido do IVA em 2030. Segundo o mesmo estudo, entre 2020 e 2030, prevê-se também um investimento privado de cerca de 15 mil milhões de euros em centros electroprodutores a partir de FER.

No que toca ao impacto ambiental do sector, concluiu-se que a electricidade de fonte renovável, substituindo as fontes consideradas mais poluentes, permitiu evitar a emissão de 19,9 milhões de toneladas equivalentes de CO2 em 2020. Da mesma forma, e a nível do impacto do sector na dependência energética, a análise prevê que o volume de importações de combustíveis fósseis evitadas irá aumentar até 2030.

A APREN irá debater sobre estes resultados “e outros temas relevantes para o sector da electricidade renovável” na sua conferência anual, a Portugal Renewable Energy Summit, que irá decorrer nos dias 8 e 9 de Novembro de 2021.