A Agência Internacional de Energia (AIE) publicou recentemente o relatório Renewables 2024, no qual inclui informações sobre a evolução do sector das energias renováveis em 2023 e faz previsões para a implementação de tecnologias de energias renováveis até 2030.

O documento salienta que, nos edifícios, é previsto que a utilização de aquecimento solar atinja 40 % em todo o mundo até 2030. A União Europeia terá a maior fatia, juntamente com o Médio Oriente e a China. É também previsto que os edifícios públicos e comerciais apresentem um maior número de instalações solares térmicas, indo ao encontro da expectativa de aplicações em grande escala. 

A AIE indica que a Europa está a liderar globalmente o crescimento do aquecimento urbano renovável. A integração das energias renováveis, como o solar térmico, nas redes de aquecimento urbano existentes é um dos factores para esta tendência europeia. O relatório afirma que o aquecimento continua a ser o principal sector de utilização final, sendo responsável por quase metade do consumo final de energia a nível mundial e por quase 40 % das emissões de CO2 relacionadas com a energia em 2023. A agência lamenta que as emissões anuais de CO2 relacionadas com o aquecimento tenham aumentado 5 % nos últimos seis anos, tendo em conta o aumento da procura de aquecimento nos últimos anos, aliado a uma utilização insuficiente do calor renovável. 

À semelhança do sector das bombas de calor, em 2023, o mercado do aquecimento solar assistiu a um declínio nas suas vendas. As taxas de juro elevadas, a inflação e os preços mais baixos do gás natural são alguns dos factores associados. A AIE salienta que, apesar de esta tecnologia renovável ter baixos custos operacionais, implica um investimento considerável para os utilizadores domésticos e industriais. 

Por último, a AIE deixa um alerta: para se alinhar com os objectivos de zero emissões líquidas, o consumo global de calor renovável teria de aumentar 2,3 vezes mais rapidamente do que as previsões. Além disso, seriam necessárias acções destinadas a melhorar a eficiência energética para reduzir a procura global de calor em 3 % entre 2024 e 2030.

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