A IEA (Agência Internacional da Energia) apresentou uma nova ferramenta que acompanha os progressos dos países na transição para energias limpas, centrada nas pessoas. O objectivo é identificar as melhores práticas e, assim, ajudar os governos a criar políticas inclusivas e equitativas.
O Observatório Gobal (assim se chama a plataforma) estará em constante actualização e vai apresentar casos de estudo de todo o mundo centrados em quatro temas: emprego e protecção dos trabalhadores; desenvolvimento social e económico; equidade, inclusão social e justiça; e participação activas dos cidadãos na transição para as energias limpas (aquelas que são produzidas a partir de fontes renováveis).
Garantir que as novas políticas de energia estejam acessíveis a todos, sobretudo aos mais vulneráveis, é uma das preocupações da IEA, que alerta para o facto de a “transição para energias limpas ser muito mais do que reduzir emissões”.
De acordo com Fatih Birol, director do organismo, “os líderes devem colocar as pessoas no centro das políticas de energias limpas para garantir que ninguém fica para trás. o novo Observatório vai apresentar os melhores exemplos que os países podem usar como modelo para as próprias iniciativas”.
Segundo a agência, os esforços envolvidos na transição energética para chegar à descarbonização vão criar 30 milhões de novos empregos até 2030, todos relacionados com as tecnologias de energia limpa e muitos com a necessidade de competências e formação extra. Embora esse número ultrapasse as perdas na indústria dos combustíveis fósseis, é necessário criar medidas que garantam que os trabalhadores desses sectores não são prejudicados. Muitos deles têm conhecimentos que podem ser utilizados na transição energética, mas terão de ter o devido acompanhamento.
Em 2022, a IEA criou o Clean Energy Labour Council, juntando líderes de vários sindicatos importantes e pensadores especializados no tema para, juntos, promoverem diálogos fulcrais sobre o sector.
Para 26 de abril deste ano está marcada, em Paris, a Cimeira Global sobre Transições para Energias Limpas Centradas nas Pessoas. Estarão presentes ministros, líderes políticos, CEOs, representantes de grupos de jovens, peritos internacionais e vozes indígenas com o objectivo de discutir os temas socioeconómicos mais urgentes para promover uma transição energética justa e inclusiva.