Entre os dias 6 e 8 de Novembro, o 5º Congresso Luso-Brasileiro de Materiais de Construção Sustentáveis (CLBMCS 2024) e o Congresso Construção 2024 unem-se no Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa para debater o futuro e a sustentabilidade do sector da construção civil.
Como já temos vindo a noticiar, a descarbonização passa necessariamente pela intervenção nas cidades e nos edifícios. E desafios não faltam. Com a nova Directiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), os processos construtivos e todos os materiais de construção vão ser avaliados e contabilizados na corrida às emissões nulas.
José Dinis Silvestre, vice-presidente da comissão organizadora do Congresso, afirma à Edifícios e Energia que “a nova EPBD vai trazer um destaque necessário à pegada de carbono dos materiais utilizados na construção de edifícios, e a sua redução é o próximo grande desafio numa fase em que os novos edifícios são já energeticamente eficientes”. No que toca à reabilitação de edifícios, o desafio é grande “dada a dimensão do parque edificado em que é necessário intervir, e as maiores dificuldades técnicas também incrementam o custo”. Para fazer face aos custos, José Dinis Silvestre considera que o financiamento público não só é “fundamental”, como deve ser “mais significativo e simples de obter”.
Considerando o actual momento, nunca foi tão relevante falar sobre o sector da construção, que assume agora um papel essencial na descarbonização dos edifícios. O também professor associado no Instituto Superior Técnico conta que “a organização em simultâneo do 5º Congresso Luso-Brasileiro de Materiais de Construção Sustentáveis (CLBMCS 2024) e do 8º Congresso da Construção (2024) permitirá debater os desafios já referidos, que envolvem áreas tão diversas como a física das construções, a patologia e reabilitação e a sustentabilidade da construção”.
Para além dos desafios, também a inovação e a tecnologia irão marcar presença, numa altura em que, como indica José Dinis Silvestre, tem vindo a aumentar a construção de edifícios em Portugal: “a actividade crescente de construção de edifícios obriga a inovações em termos de materiais de construção e tecnologias construtivas que serão apresentados por investigadores e empresas neste Congresso”. Serão ainda discutidas questões actuais relacionadas com o controlo da qualidade e a gestão técnico-financeira da actividade de construção.
Promovido pelo Departamento de Engenharia Civil, Arquitetura e Ambiente (DECivil) do Instituto Superior Técnico, a organização conjunta do CLBMCS 2024 e do Construção 2024 procura potenciar as sinergias resultantes da troca de experiências entre professores, investigadores, técnicos e estudantes de Portugal e do Brasil para o desenvolvimento e implementação de soluções mais sustentáveis nas áreas da engenharia civil, arquitectura e materiais.
Fotografia de destaque: © CLBMCS