O Congresso Internacional “Edifícios do Futuro“ realizou-se esta quinta-feira, dia 6, no Centro de Congressos do Instituto Superior Técnico, em Lisboa. O evento contou com mais de 200 especialistas e profissionais que debateram sistemas e soluções para uma melhor qualidade de vida dentro dos edifícios. 

“Edifícios do Futuro” foi o tema do evento organizado pela GIACOMINI Portugal e Sanitop Portugal, que tratou de centrar as atenções no combate à pobreza energética e à ineficiência térmica, questões predominantes na realidade portuguesa. Na sessão de abertura, o Congresso Internacional contou com a presença do director-geral da Giacomini Portugal, Vasco Silva, do arquitecto Jorge Bonito Santos, presidente do Conselho de Administração da Construção Pública, E.P.E, em representação da Secretária de Estado da Habitação, e do professor Miguel Amado, vice-presidente do Instituto Superior Técnico. 

A primeira sessão foi dedicada ao planeamento urbanístico da cidade de Lisboa. O arquitecto Paulo Pardelha, director do Departamento de Planeamento Urbano na Câmara Municipal de Lisboa, apresentou o Plano de Urbanização do Vale de Santo António, um projecto que está a ser desenvolvido pelo município lisboeta. 

Seguiu-se Rui Fragoso, director do Departamento de Edifícios e Eficiência de Recursos da ADENE, que apresentou os contornos e novidades da quarta versão da Directiva sobre o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD). Foram realçados os quatro novos focos da directiva: a renovação do parque edificado; a descarbonização com os edifícios com emissões nulas como novo standard; o enquadramento (certificados energéticos reforçados e passaportes de renovação); e a modernização e integração de sistemas de automação e controlo. 

O contexto da realidade portuguesa e o processo de transposição da directiva para o nosso país também foi abordado. No final da apresentação, Rui Fragoso apontou alguns dos desafios que a EPBD traz, referindo que esta versão “é muito mais complexa do que as outras” e que estabelece prazos “efectivamente apertados”. O engenheiro assegurou que, entre as entidades envolvidas, existe uma vontade de auxiliar as partes interessadas para conseguir apresentar um quadro legislativo novo. Espera que o ano de 2026 seja “o menos disruptivo possível, mas que, acima de tudo, o mercado consiga ir compreendendo as novidades da EPBD e adaptando-as de forma antecipada”. 

Seguiram-se sessões que abordaram diversas temáticas. Rui Correia, CEO da empresa LoftSpace deu conta da implementação de climatização radiante em vários projectos de edifícios. Francisco Fernandes, director técnico da ENERGIE, dedicou-se ao contributo das bombas de calor para a descarbonização dos edifícios. O director de engenharia da Giacomini Benelux, Wim Gijbels, falou sobre o projecto InnovaHub District e o contributo de combustores a hidrogénio para a produção de calor. Foram apresentados sistemas de teto radiante em edifícios residenciais e hospitalares pelo director técnico da Giacomini Espanha, Sergio Espiñera. José de Matos, secretário-geral da Associação Portuguesa de Comerciantes de Materiais de Construção (APCMC), dedicou-se ao sector da construção e ao futuro da eficiência energética e Diogo Duarte, pertencente ao Departamento de Engenharia da Giacomini Portugal, falou sobre algumas tecnologias para o futuro do AVAC, como as caldeiras a hidrogénio, AQS com booster plate e equilíbrio dinâmico. 

O Congresso terminou com uma sessão dedicada à “inteligência emocional nas empresas, na vida e no futuro sustentável”, com Ana Rodrigues, psicóloga e professora na Universidade do Minho.