Fernando de Almeida Santos foi reeleito bastonário da Ordem dos Engenheiros para o triénio 2025-2028 com 83% dos votos apurados. Serafín Graña é membro da Assembleia de Representantes e contou à Edifícios e Energia quais são os desafios do novo mandato. 

Um dos principais desígnios que o bastonário reeleito definiu para os próximos três anos de exercício é a concretização do que se encontra previsto na Lei-quadro das Associações Públicas Profissionais (APP), isto é, a imposição legal da existência de uma única APP por profissão, sendo, neste caso, a de engenheiro.  

Para Serafín Graña, dada a existência de duas associações – engenheiros e engenheiros técnicos -, este é “um desígnio ambicioso, já tentado em mandatos anteriores, mas sem sucesso”. Acrescenta que “irá representar um trabalho árduo de interacção entre as partes envolvidas e não vai ser fácil, mas não parece de todo impossível de concretizar. Assim haja vontade, de modo a honrar o que foi proposto, enquanto tema central do programa eleitoral «Valorizar engenheiros para valorizar Portugal»”. 

A actual conjuntura internacional é vista como complexa e desafiante e não pode ser ignorada. “A engenharia não é alheia ao que se passa na esfera da economia planetária. Adivinhamos a continuação de tempos desafiantes para a transformação e mitigação das alterações climáticas, pois vê-se, em geral, a percepção do clima do planeta sob a quase indiferença colectiva”, refere Serafín Graña. 

O contexto internacional “não é animador”. É actualmente pautado pela guerra na Ucrânia, pelo conflito no Médio Oriente e pela ambição que certos países têm de ocupar outros, atraídos pelas suas matérias primas. “Todos estes factores geopolíticos, se escalarem, têm o poder de aumentar a inflação e, consequentemente, elevar os juros e travar o tão premente desenvolvimento que se pretende harmonioso e mais sustentável”. Serafín Graña menciona também a instabilidade sociopolítica que se vive “na maioria dos países europeus, que gera descontentamentos, e, em alguns casos, ceticismo ou mesmo negacionismo”.  

Perante este contexto, o engenheiro electrotécnico diz que nos resta “ficar na expectativa, aguardando por futuros desenvolvimentos e acontecimentos, mas sempre com atenção redobrada e comportamento proactivos”. E conclui: “A engenharia não se pode autoexcluir e tem de estar atenta a todos estes movimentos e acontecimentos”.

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