Um inquérito realizado pela IES, uma empresa de tecnologia e consultoria para a descarbonização do ambiente construído, revela que 73,4 % dos profissionais do sector da construção do Reino Unido acreditam que é possível atingir a meta de zero emissões líquidas até 2050. Contudo, há dados que alertam para a necessidade de reacções mais comedidas. 

Embora o optimismo predomine no sector, o mais recente relatório de progresso do roteiro Net Zero Whole Life Carbon, elaborado pelo UK Green Building Council, mostra uma outra perspectiva: o progresso efectivo do Reino Unido relativamente às emissões no ambiente construído é visto como insuficiente, com uma redução das emissões de apenas 13 % entre 2018 e 2022, abaixo dos 19 % exigidos pelo referido roteiro. 

Os resultados do inquérito mostram ainda que mais de dois terços (65,2 %) dos participantes estão confiantes que a indústria cumprirá os objectivos do Net Zero do Reino Unido para 2050. Para o IES, esta confiança na capacidade de cumprir as metas propostas é “surpreendente”, já que o Reino Unido “não está actualmente no bom caminho para atingir o valor de 78 % de redução, de acordo com os relatórios do Climate Change Committee e do National Audit Office. Para além disso, é mencionado que o pessimismo do sector da energia contrasta com este optimismo, sendo que o relatório Energy Barometer 2024 do Energy Institute (EI) revela que mais de quatro em cada cinco profissionais do sector duvidam que o Reino Unido consiga cumprir o objectivo de emissões de 2020-2035. 

Em comunicado, Don McLean, director executivo do IES, comentou os dados apurados pelo inquérito e defendeu que “o optimismo por si só não é suficiente, é fundamental acelerar o ritmo da mudança”. O relatório do inquérito sublinha que o sector do ambiente construído, responsável por mais de um terço da pegada de carbono total do Reino Unido, enfrenta desafios significativos na redução das emissões de carbono, tanto operacionais como incorporadas. 

O responsável acrescenta que, “com a inovação contínua, os enquadramentos políticos e a colaboração de toda a indústria, a visão de um ambiente construído com emissões líquidas nulas até 2025 está a tornar-se cada vez mais exequível – mas a prova estará na forma como agirmos”. Considera que é necessário abordar a descarbonização em todo o desempenho dos edifícios ao longo de toda a sua vida útil, “uma vez que este foco central continua a ser a estratégia mais eficaz para atingir o nosso objectivo ambicioso, mas alcançável”. 

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