As receitas do mercado mundial das caldeiras domésticas deverão ultrapassar os 60 mil milhões de dólares (cerca de 49 mil milhões de euros) em 2027, apontam as mais recentes previsões do Global Market Insights. Nos próximos seis anos, espera-se que este mercado apresente uma taxa de crescimento anual composta (CAGR, na sigla em inglês) de 6 %, impulsionada, entre outras coisas, pela procura de sistemas mais eficientes e urgência de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa.

Segundo o estudo, publicado ontem pela consultora norte-americana, o valor deste mercado, que era de mais de 38 mil milhões de dólares em 2020, deverá  passar os 60 mil milhões em 2027. O impacto da crise provocada pela pandemia de Covid-19 é tido em conta na análise, mas, perante o potencial de disseminação da vacina, é antecipada uma recuperação do sector já na primeira metade do ano financeiro de 2021. A par disto, o relatório do Global Market Insights prevê ainda um aumento da procura por soluções de climatização e águas quentes (AQS) face aos investimentos crescentes no sector residencial.

O crescimento da indústria das caldeiras residenciais, em particular das caldeiras de condensação, está a ser alavancado pelas crescentes preocupações com a eficiência energética e redução das emissões de gases com efeito de estufa. Requisitos cada vez mais exigentes em matéria de eficiência energética estão a obrigar os fabricantes a investir cada vez mais em Investigação & Desenvolvimento (I&D). Esta dinâmica, por sua vez, leva ao surgimento de soluções mais eficientes e modernas no mercado, o que acaba também por ter efeitos positivos nas vendas.

Apesar disto, as caldeiras a gás natural, que, em 2020, detinham uma quota de mercado de 75 %, vão permanecer como uma solução dominante no futuro próximo, o que se prende não só com os preços competitivos do gás natural,  mas também com a fiabilidade e longevidade deste tipo de equipamentos, refere o documento.

Nos anos que se seguem, este mercado deverá ainda beneficiar dos processos de rápida urbanização que acontecem em determinadas regiões do globo, como é o caso da Ásia-Pacífico. Juntamente com um aumento do poder de compra destas populações, a procura por caldeiras para aquecimento e AQS tem crescido nos últimos anos, com a China a destacar-se já como um dos maiores mercados mundiais. Para isso, contribui também o facto de o governo chinês ter em vigor políticas de promoção a tecnologias de energia mais eficientes.  

O relatório avalia o mercado de 32 países, incluindo Portugal, projectando a sua evolução entre o período 2021-2027. Da análise constam várias tipologias de equipamentos, divididas por fonte de energia e tecnologia.