O novo edifício na capital dinamarquesa é feito de elementos totalmente sustentáveis e é composto por painéis solares nas suas fachadas, que terão capacidade para fornecer mais de metade das suas necessidades de energia eléctrica.

É ponto assente: cada vez mais, as questões da sustentabilidade e da eficiência energética e dos recursos são das premissas mais importantes para o desenvolvimento de um projecto, de qualquer ordem – social, político, pessoal e, inevitavelmente, de arquitectura. Hoje, qualquer arquitecto aborda as suas criações a partir da sua sustentabilidade e da sustentabilidade dos materiais a utilizar durante todo o processo de construção. Foi também desta forma que a C.F. Møller Architects se posicionou quando foi a escolhida para desenhar e desenvolver a Copenhagen International School, um novo edifício localizado no bairro de Nordhavn, na capital dinamarquesa. Este novo edifício apresenta-se como uma infra-estrutura ultramoderna, desenhada para se conjugar com o ambiente urbano e com a sua envolvência.

Fotografia: © Adam Moerk

 

Muito mais do que uma escola

A Copenhagen International School não é apenas uma escola. É, acima de tudo, um conceito. Este novo edifício está localizado numa zona privilegiada da capital dinamarquesa, no bairro Nordhavn, e é, actualmente, a maior escola da cidade, ocupando uma área de 26 mil metros quadrados.

O moderno equipamento está inserido num espaço de destaque e foi desenhado para garantir uma total harmonia com o ambiente que o rodeia e com a toda a envolvente, ao mesmo tempo que mantém toda a premissa de escola, garantindo um âmbito totalmente aberto.

Mads Mandrup, arquitecto e um dos sócios da C.F. Møller, revelou que a empresa queria “criar um edifício de educação sustentável e que fosse emblemático, no coração de Nordhavn, para ajudar a dar vida a um novo bairro, usando uma base transparente e uma fachada que, devido à sua funcionalidade e estética, fosse uma marca inovadora no bairro”.

Fotografia: © Adam Moerk

O edifício apresenta uma arquitectura moderna e o seu bloco principal divide-se em quatro pequenas torres (com cinco a sete andares), cada uma com a sua especificidade, de modo a ir ao encontro das diferentes necessidades dos alunos, ao longo do seu percurso escolar e das suas necessidades de desenvolvimento. Cada uma destas unidades terá a sua própria identidade, facilitando, dessa forma, a descoberta, de cada um, do seu próprio caminho. “Para além da escala do edifício e da sua arquitectura inovadora, tem sido uma experiência fantástica fazer parte do estabelecimento de uma escola internacional num novo bairro como Nordhavn”, sublinhou John Bo Jacobsen, presidente da Ejendomsfonden Copenhagen International School.

As torres que compõem o edifício são construídas a partir de uma base comum, onde se desenvolvem algumas actividades (por exemplo, desportivas), e englobam também determinadas instalações, como a biblioteca, a cantina, entre outros. Esta mesma base terá, igualmente, ao dispor de toda a comunidade escolar um espaço partilhado, onde a segurança, especialmente a dos mais novos, estará totalmente assegurada.

Um dos aspectos que se destaca em toda a envolvência da Copenhagen International School é a sua abertura para o exterior. Isto porque as suas zonas comuns poderão ser utilizadas quer por elementos ligados à escola, quer pela comunidade local.

Mas não só de arquitectura, pura e dura, se faz a Copenhagen International School. Quando abraçou este projecto, a C.F. Møller Architects agarrou a problemática das alterações climáticas como um dos eixos centrais da obra, olhando para a sua eficiência e autonomia em termos energéticos.

A fachada do edifício é composta por 12 mil painéis solares, colocados num determinado ângulo, e que asseguram cerca de metade das necessidades em termos de energia eléctrica do imóvel. Estas células solares cobrem uma área de 6 048 m2 e têm capacidade para produzir cerca de 200 MWh, o que fazem da Copenhagen International School um dos maiores edifícios da Dinamarca com centrais de energia solar integradas.

As células solares fotovoltaicas não servirão apenas para suprir as necessidades energéticas do edifício, já que as mesmas terão um carácter educativo, entrando, igualmente, no currículo escolar e permitindo aos estudantes a monitorização e a obtenção de dados da produção de energia eléctrica local, que serão, posteriormente, utilizados nas aulas de matemática e de física.

A Copenhagen International School é já uma referência em termos de instituição de ensino na Dinamarca. A infra-estrutura tem capacidade para acolher 1 200 estudantes e emprega cerca de 280 trabalhadores. “O novo edifício dá-nos espaço para acolher ainda mais estudantes dinamarqueses e internacionais. Podemos ainda oferecer um ensino moderno, tendo em conta os estudantes, a sua idade e o seu nível de ensino”, afirma Jennifer Weyburn, directora da Copenhagen International School.

A necessidade de aumentar a capacidade de albergar alunos foi um dos motivos para a mudança, mas não só. “Decidimos a mudança há sete anos, de modo a expandir a nossa capacidade e para irmos ao encontro das exigências do ensino internacional na Dinamarca”, revelou Brit van Ooijen, um dos administradores da escola.

Fotografia: © Adam Moerk

 

Sustentabilidade premiada

O carácter inovador e distinto do edifício já levou à atribuição de vários prémios. Em 2018, foi distinguido com o Architecture Master Prize – Winner Educational Buildings, o Active House Award e o AZ Award, na categoria Best Architecture Over 1000 m2). Em 2017, o projecto da Copenhagen International School levou a C.F. Møller Architects a receber o ICONIC Award, na categoria Architecture with distinction, um prémio especial que deixou Mads Mandrup bastante feliz. “Estamos muito contentes por receber este Iconic Award 2017, já que é o reconhecimento da abordagem da C.F. Møller Architects à criação sustentável, inovadora e duradoura de soluções através de um método holístico comprovado”, exclamou um dos sócios da empresa nórdica. 

 

 

Fotografia: © Adam Moerk

C.F. Møller Architects: pedigree premiado

A escolha do gabinete C.F. Møller Architects para o desenvolvimento deste projecto não aconteceu por acaso. Esta empresa é uma das maiores da Escandinávia a nível de arquitectura, com mais de 90 anos de história. A firma surgiu em 1924, na Dinamarca, e, desde então, tem sido peça fundamental no crescimento e no progresso de bem-estar, não apenas na Escandinávia, mas em várias outras partes do globo.

Ao longo dos anos, a C.F. Møller Architects tem-se distinguido pela sua abordagem única e pela qualidade imposta nos seus projectos, baseada na inovação, experiência e assente nos valores da sociedade nórdica, sempre com preocupações em termos ambientais e de sustentabilidade. Para a empresa, “este ethos é fundamental aos projectos, um fio condutor que começa desde o planeamento e que vai até ao desenho detalhado”. E este parece ser o caminho certo. Ao longo dos anos, a C.F. Møller Architects já foi distinguida com vários prémios, como o Architecture MasterPrize – Winner Healthcare Architecture 2018 com a Torre Maersk, o Housing Design Awards – Best Regeneration – Winner 2017 com o Laindon Centre, entre outros. Actualmente, o gabinete tem cerca de 350 colaboradores, espalhados pelos vários escritórios da empresa em várias cidades, como Aarhus, Aalborg, Oslo, Estocolmo, Londres e, naturalmente, Copenhaga.