Com inauguração prevista para depois do Verão, as novas instalações da Solzaima vão permitir à fabricante portuguesa de soluções de aquecimento a biomassa “produzir melhor e em maior quantidade”. Nesta nova fábrica, é possível encontrar vários equipamentos da marca nacional, alguns em modo teste no laboratório, mas também uma climatização “confortável e homogénea” que combina a solução radiante Giacomini e a fonte térmica usada pela Solzaima, que usa como combustível a biomassa, lenha e pellets.

Com uma área produtiva de 22 mil metros quadrados, a nova unidade fabril da Solzaima vai substituir a antiga fábrica da empresa já este ano. A mudança estava inicialmente agendada para este mês de Junho, mas a paragem provocada pela pandemia de Covid-19 acabou por antecipar os planos da empresa de Águeda. “As máquinas de maior volume já estão na nova unidade produtiva, entrando agora a próxima fase, a mudança da matéria-prima”, estando prevista a inauguração no início do último quadrimestre, antecipa Ricardo Ribeiro, director comercial e de formação da Solzaima. “Com a nova fábrica, o nosso objectivo é ter uma gama cada vez mais ampla, proporcionar uma oferta cada vez maior à cadeia de valor, produzir melhor e com mais capacidade produtiva”.

O novo edifício, que conta com três pisos de escritórios, com departamentos sectorizados, foi “uma obra chave-na-mão”, mas teve uma exigência concreta da Solzaima: tinha de ter climatização radiante Giacomini. Ricardo Ribeiro explica porquê: “em 2013, aquando da criação da Solzaima Academy, instalámos piso, parede e tecto radiantes Giacomini, e outros emissores térmicos – radiadores e ventiloconvectores –, mas, dada a experiência positiva que tivemos, [concluímos que] o radiante é a solução mais confortável e homogénea”.

Feita a vontade ao cliente e recorrendo às fontes térmicas próprias [biomassa], o espaço vai dispor de climatização radiante com o selo da marca italiana, sendo que o sistema de gestão e controlo, previsto em rede Klimabus, vai estar interligado com o sistema de domótica do edifício. “Pretende-se a instalação de um sistema que possibilite atingir níveis de conforto elevado com o mínimo consumo de energia, gerada com recurso a energia renovável, biomassa”, explica, por sua vez, Vasco Silva, director-geral da Giacomini Portugal. Para além da climatização radiante, a empresa de Vila do Conde está também a fornecer tubos multicamada e acessórios Press-Fitting para alimentação dos colectores do piso radiante e para linhas de utilização industrial.

Como seria de esperar, a nova fábrica vai também ter equipamentos da própria Solzaima instalados no laboratório e espaços de lazer. A fabricante tem o seu próprio laboratório de ensaios, onde testa os equipamentos, antes de os enviar para os laboratórios acreditados para que sejam certificados com a normativa EcoDesign que entra em vigor em 2022. Para além disso, está pensada uma sala para formação com equipamentos da fabricante para formação interna. “A unidade produtiva dispõe de várias soluções produzidas para os diferentes segmentos de mercado, devidamente instaladas nos diferentes departamentos”, acrescenta Ricardo Ribeiro.

O aumento da exigência dos diferentes mercados, nacional e estrangeiro, e a pressão da concorrência, aliados a uma fábrica com um layout que apresentava já limitações produtivas, foram variáveis relevantes para a decisão da fabricante nacional em optar por uma nova unidade produtiva. Brevemente, as 400 soluções desenvolvidas pela Solzaima, e respectivas variações, vão passar a ser produzidas no novo espaço, cuja localização, num terreno com cerca de 95 mil metros quadrados, permite expansões futuras da área produtiva. Ricardo Ribeiro não revela o montante do investimento feito, mas garante que o crescimento, em termos de capacidade produtiva, é uma necessidade tendo em conta as novas tendências de mercado – “Se produzimos 25 mil equipamentos por ano, é imperativo crescermos, no negócio, dois dígitos ao ano, caso contrário, não faria sentido investirmos numa nova fábrica”.

Os resultados positivos e o trabalho desenvolvido nos últimos anos trazem uma confiança reforçada ao director comercial da Solzaima. Em Portugal, onde a empresa diz ter uma quota de mercado de 40 %, 2019 foi um ano de “crescimento expectável, dada a curva ascendente desde 2015, acima dos dois dígitos”. O mercado externo também está numa curva ascendente, “facto relevante” para a empresa, para a qual a estratégia de internacionalização é “preponderante”. Para Ricardo Ribeiro, mais do que a retoma económica, tal crescimento deve-se, acima de tudo, à estratégia comercial e formativa  “muito forte”. “Temos três centros de formação, um em Águeda, outros dois em Espanha, onde já formámos mais de 12 500 profissionais do sector da climatização. A Solzaima Academy quer passar de uma entidade que se limita a formar pessoas para uma proposta de valor que leva as pessoas a mudar a sua maneira de trabalhar. Queremos que qualquer instalador [da Península Ibérica] esteja a uma distância de até cinco horas dos nossos centros”, esclarece.

Apesar da crise sanitária e para além da nova fábrica, a Solzaima reservou ainda mais novidades para este ano de 2020, nomeadamente novos produtos, sendo um dos mais aguardados a nova Caldeira de Pellets Automática Plus, nas versões de 16, 24 e 32 kW.