Tem como nome Living Landscape e foi a proposta apresentada para regenerar um brownfield na cidade de Reykjavik, Islândia. O projecto vai criar uma nova centralidade urbana que inclui o maior edifício em madeira do país e que terá uma pegada carbónica zero.

Concebido para levar a cabo a regeneração de uma zona industrial poluída, com 9 000 metros quadrados, em Elliðaárvogur-Ártúnshöfði, o projecto foi um dos 15 vencedores do concurso Reinventing Cities. O edifício do Living Landscape será feito em madeira, com a forma de ‘O’, zero carbono, e cumprindo os requisitos da norma alemã Passivhaus. O edifício terá uma zona residencial, mas também estão previstas outras funcionalidades, esperando-se que haja ali uma mistura de usos.

Num esforço de revegetação do local, prevê-se que os espaços verdes cubram 75 % da área do projecto, o que vai incluir a implementação de coberturas verdes e um amplo jardim central. Este núcleo central vai abrigar plantas autóctones e pedras da região, contribuindo para um ecossistema rico em biodiversidade e partilhado e que visa o equilíbrio entre o ambiente construído e as condições naturais.

A mobilidade dos residentes e outros utilizadores não foi esquecida e, no sentido de desincentivar o uso do automóvel particular, o projecto não prevê estacionamento subterrâneo e 50 % dos lugares disponíveis serão destinados a veículos eléctricos. Com isto, o objectivo é promover os modos suaves, nomeadamente a utilização de uma ciclovia e de uma infra-estrutura pedonal, e ainda o uso dos transportes públicos, já que está prevista uma nova ligação à rede da cidade.

Os cuidados ambientais fazem parte de cada projecto Reinventing Cities. Os candidatos são encorajados a desenvolver propostas sustentáveis, resilientes e que contribuam para a neutralidade carbónica, respondendo a dez desafios ambientais. Pretende-se que os vencedores sirvam de modelo para empreendimentos neutros em carbono, demonstrando soluções climáticas inovadoras e replicáveis. No caso do Living Landscape, os seus autores fizeram com que a redução da pegada carbónica fosse considerada em cada fase do projecto, desde a sua concepção. Durante a fase de construção, por exemplo, a equipa compromete-se a evitar a maquinaria a diesel, explorando novas formas, eléctricas e livres de combustíveis fósseis.

O Living Landscape foi coordenado pelo UPPHAF/HEILD, que assegurou também a especialidade ambiental com o EFLA Engineering, e teve a assinatura do gabinete de arquitectura JAKOB+MACFARLANE; T.ARK ARCHITECTS ; Landslag.

Sobre o Reinventing Cities

O Reinventing Cities é uma competição global criada pelo grupo C40, a rede de Cidades para Liderança do Clima. A iniciativa pretende promover a regeneração urbana resiliente, sustentável e neutra em carbono, por todo o mundo.

Para o efeito, o C40 e as cidades participantes convidam arquitectos, construtoras, organizações ambientalistas, grupos comunitários e artistas para formar equipas criativas e competir pela oportunidade de transformar essas cidades, apresentando projectos que respondam a dez desafios ambientais. Os participantes também têm de demonstrar como podem ser alcançadas soluções climáticas inovadoras, em combinação com uma arquitectura diferenciada.

Para este concurso, 14 cidades identificaram 31 espaços que, actualmente, estão dormentes, como terrenos baldios e prédios abandonados, um antigo aeroporto, mansões históricas, mercados, estacionamentos, uma incineradora e um aterro abandonados. Os projectos vencedores irão servir de modelo a cidades de todo o mundo, demonstrando como a aliança entre os sectores público e privado podem definir o futuro, alcançando um desenvolvimento urbano descarbonizado e, ao mesmo tempo, economicamente viável.