Há um projecto europeu que vai apoiar, em termos financeiros e de capacitação, “inovadores sociais” que vão desenvolver produtos mais circulares e hipocarbónicos em várias indústrias, incluindo a relacionada com a construção e com os edifícios. Chama-se SoTecIn Factory – Social and Technological Innovation Factory for low carbon and circular industrial value chains e conta com um orçamento de mais de três milhões de euros.

Liderado pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), o SoTecIn Factory tem como objectivo “contribuir para o desenvolvimento de uma indústria mais sustentável e resiliente”, refere a entidade, num comunicado de 21 de Julho. E, para isso, irá averiguar, junto dos agentes no terreno, quais são os maiores desafios de vários sectores industriais de 20 países europeus e lançar, em 2023 e 2024, duas open calls para “inovadores sociais” para lhes dar respostas.

Através dessas chamadas, “serão seleccionados 50 inovadores sociais europeus (entre investigadores, pequenas e médias empresas e start-ups), que vão receber 15 mil euros para apoiar o desenvolvimento de produtos e serviços inovadores e com impacto social”, nas mais diversas áreas: construção e edifícios; electrónica e tecnologias de informação e comunicação; baterias e veículos; embalagens; plásticos; têxteis; alimentos, água e nutrientes.

Adicionalmente, de entre os seleccionados, “30 terão a oportunidade de participar numa demonstração tecnológica pré-mercado, que inclui um apoio adicional de 85 mil euros”, avança o INESC TEC. E não será só apoio monetário que esta iniciativa, financiada pelo Horizonte Europa em 3,3 milhões de euros, irá disponibilizar. Os “inovadores sociais” vão também contar com o acompanhamento de mentores e terão a hipótese de participarem em “acções de capacitação com contribuições científicas para a implementação das soluções e concepção de modelos de negócio”, desenvolvendo competências de empreendedorismo social para a transição verde e digital.

O SoTecIn Factory, iniciado em Junho, estará a decorrer durante três anos em seis países, Portugal, Irlanda, Alemanha, Áustria, Países Baixos e Itália. Alinhado com o Plano de Acção da Economia Circular da União Europeia, este projecto irá contribuir para a circularidade na indústria, apostando na “eficiência de recursos e energia” e introduzindo “produtos mais duradouros que possam ser reparados, reciclados e reutilizados” e conclui Gustavo Dalmarco, coordenador do projecto.