Mais de 60 CEOs de empresas da indústria das bombas de calor assinam uma carta conjunta dirigida a Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, na qual alertam para os problemas que acarreta o atraso da publicação do Plano de Acção para as Bombas de Calor.
Podem estar em causa sete mil milhões de euros que deveriam ser investidos no sector até 2025, garantem os responsáveis. Seriam distribuídos por investimentos em fábricas, produção e formações. Os cerca de 160 mil postos de trabalho que existem actualmente na Europa também poderão ser afectados.
A própria Comissão Europeia já reconheceu a importância do sector das bombas de calor, essencial para a independência energética europeia e para alcançar o Pacto Ecológico. Porém, o Plano de Acção que estava previsto para o primeiro trimestre do ano foi adiado para depois das eleições europeias, que acontecem de 6 a 9 de Junho.
A decisão é incompreensível para o sector e esta carta segue-se a um apelo semelhante do final de Janeiro, quando 19 organizações europeias (entre as quais associações industriais, ONG, grupos de consumidores e de reflexão) se dirigiram à Comissão Europeia alertando para a urgência da publicação do documento.
A venda de bombas de calor diminuiu em 2023, afectada pela mudança de políticas e regras que alteraram a confiança dos consumidores e dos fabricantes. Além disso, os preços do gás baixaram e isso fez com que as bombas de calor não fossem a solução mais atractiva financeiramente.
Nos EUA ou na Ásia, por exemplo, o mercado de bombas de calor tem recebido cada vez mais incentivos. Na Europa, a pressa para a publicação do Plano prende-se com a necessidade de haver regulamentação clara e medidas para que seja financeiramente viável escolher bombas de calor. Também para a indústria é fulcral maximizar e multiplicar os investimentos já feitos.
“Os europeus vão beneficiar de um mercado forte, desde a liderança industrial e empregos à descarbonização e protecção dos preços voláteis do gás. A decisão da Comissão Europeia de travar o Plano de Acção – enquanto outras regiões aceleram os apoios – é o exacto oposto do que é necessário”, afirma Martin Forsén, presidente da Associação Europeia de Bombas de Calor.
Os motivos do atraso
Questionada sobre a demora na publicação do Plano, a Comissão Europeia é vaga em explicações. A várias publicações da área firmou apenas que o processo está em “andamento” mas que, nesta altura, não há uma data concreta para a sua publicação. Ainda assim, referiu que o mais certo será acontecer durante o “Outono ou Inverno de 2024/2025”.