Entre 2012 e 2016, perto de 1,25 milhões de edifícios na Europa foram construídos ou reabilitados de modo a cumprirem com os requisitos de um edifício com necessidades quase nulas de energia (NZEB, na sigla em inglês). A pouco mais de três meses de se tornar obrigatório que todos os edifícios novos sejam NZEB, um relatório da Comissão Europeia publicado no seguimento do Estado da União da Energia aponta que a quota média deste tipo de edifícios no total do mercado da construção era, em 2016, de 20 %, o que representa um crescimento de 6 % face a 2012.
Os dados da Comissão dão conta que, ao fim desse período, 23 Estados-Membros já tinham completado e posto em vigor as suas definições nacionais de NZEB, conforme é exigido pela revisão de 2010 da Directiva para o Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), na qual se define que, a partir de 31 de Dezembro de 2018, todos os novos edifícios públicos devem ser NZEB, alargando essa obrigatoriedade a todos os novos edifícios a partir de 31 de Dezembro de 2020. Nos restantes países da União, a definição continua em desenvolvimento ou a ser revista.
Entre as definições já adoptadas, o nível de ambição fica aquém daquele recomendado pela Comissão Europeia, com valores de energia primária menos exigentes para edifícios residenciais e não-residenciais na maioria dos países. Das 23 definições de NZEB, 12 incluem uma quota mínima de renováveis e metade atribuiu uma classe energética superior às existentes para os NZEB.
Para além da definição de NZEB, com vista a aumentar o número de edifícios com necessidades quase nulas existentes, maior parte dos Estados-Membros adoptou medidas regulatórias, financeiras, informativas e formativas, sendo que alguns chegaram até a estabelecer metas de longo prazo para a implementação dos NZEB.
Segundo o relatório da Comissão, estas medidas de promoção estão também a afectar o mercado de determinadas tecnologias, como as bombas de calor, cujo número de instalações na Europa tem sido impulsionado pela introdução de benefícios fiscais ou financeiros da parte dos governos. Tal poderá levar a uma redução significativa, de 10 a 40 %, no custo destes equipamentos no longo prazo. O mesmo deverá acontecer com os recuperadores de calor, esperando-se uma diminuição de entre 35 – 60 % dos custos, e com os colectores solares térmicos, que, até 2050, podem passar a custar menos 40 a 60 %. Para além disso, também os custos das baterias verão uma quebra de cerca de 65 %, à medida que se tornam componentes cada vez mais importantes do sistema energético, antecipa o documento.
A análise sobre o estado da disseminação dos NZEB na Europa faz parte de um relatório sobre o progresso feito pelos Estados-Membros em matéria de eficiência energética, divulgado a 14 de Outubro, no âmbito do Estado da União da Energia.