A pandemia que estamos a viver veio não só mudar as nossas rotinas pessoais, como também mudar o caminho das nossas empresas. Na construção, e no imobiliário em geral,  não é diferente. Em pouquíssimo tempo, a COVID-19 pôs em jogo a vida dos profissionais, os postos de trabalho, as respostas a parceiros e clientes, já sem falar na viabilidade dos negócios.

Devemos parar por completo ou devemos prosseguir? A resposta não é evidente e o equilíbrio que seria necessário é muito difícil de obter. O ano tinha arrancado em grande, com o anúncio de grandes obras públicas, com investimento privado a surgir, com muita construção e muito trabalho. Parar com tudo isto vai abrir uma ferida gigante, difícil de sarar – uma crise diferente da de 2008, pelo que o caminho a traçar é desconhecido. Parar por completo teria um impacto imensurável na economia do país e, sobretudo, nas empresas mais pequenas, que podem mesmo ter de fechar portas depois desta pandemia. Mas temos de reagir: a segurança dos trabalhadores, a das suas famílias e de todos nós está em causa e isso exige de nós respostas.

Sinto que faltam guidelines que possam conduzir os gestores, os profissionais nesta fase, porque ninguém nasceu ensinado para reagir e sobreviver a uma pandemia. Terão de existir sinais de compromisso e confiança com o reforço no anúncio das obras públicas e a criação de condições àqueles que querem continuar a investir – seja com benefícios fiscais, seja com garantias processuais em que os seus investimentos não fiquem presos em licenciamentos intermináveis.

Por enquanto, continuamos a ver obras a mexer, num esforço grande entre todos para não parar. Mas se não existirem condições para a criação de novos negócios, a construção não terá condições básicas para se regenerar.

A principal área que está a sofrer com este impacto é a dos serviços, com restaurantes, hotéis, lojas, tudo de portas fechadas. Este sector, além de ser o primeiro a sofrer, só conseguirá recuperar quando os índices de confiança dos consumidores regressarem. Além de que todo o meio que o rodeia, como fornecedores e equipas de manutenção, são os primeiros a ser dispensados até existirem condições de voltarem a operar.

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