Em comparação com 1979, as necessidades de arrefecimento num edifício europeu, em 2021, eram quase três vezes superiores. Os dados são do Eurostat, que aponta, no entanto, para uma tendência contrária nas necessidades de aquecimento.
Segundo o gabinete de estatísticas da UE, tendo por base os dados do Joint Research Centre, os graus-dia de arrefecimento na União Europeia (UE) passaram de 37 dias, no ano de 1979, para 100 dias, em 2021. De acordo com os valores médios resultantes deste método, a necessidade de sistemas de ar condicionado foi maior nos edifícios localizados no Chipre, com 577 dias, na Malta (574) e na Grécia (272). Por sua vez, foi “insignificante” na Irlanda, Suécia, Dinamarca e Finlândia.
Em Portugal, estes graus-dia de arrefecimento têm sofrido variações ao longo destas quatro décadas – entre 1979, onde se assinalavam 144 dias, e 2021, com 133 dias, observam-se valores máximos de 286 dias (ano de 1991) e de 279 dias (2016) e valores mínimos de 94 dias, quer em 2008, quer em 2002.
Enquanto isso, os graus-dia de aquecimento diminuíram em 11 % no mesmo período (3 510 dias vs. 3 126 dias). Ainda assim, estes graus-dia “variam consideravelmente consoante os Estados-Membros”, refere o Eurostat, comparando o valor médio anual máximo, obtido pela Finlândia (5 665 dias), com o mínimo, relativo à Malta (534).
A par da Finlândia, Suécia, Estónia e Letónia são os países com maiores necessidades de aquecimento, com valores médios de graus-dia de aquecimento de 5 325, 4 343 e 4 160 dias, respectivamente. No outro lado da moeda, além de Malta, no top três, estão ainda o Chipre, com 780 dias, e Portugal, com 1 239. O último dado referente ao contexto nacional, no ano de 2021, está já abaixo desse valor médio, registando 1 065 dias.
Recorde-se que os graus-dia de arrefecimento e de aquecimento são índices técnicos baseados no clima com o objectivo de descrever as necessidades energéticas dos edifícios em termos de climatização. Além destes dados mais sumários, o Eurostat disponibiliza uma análise mais detalhada, com gráficos, e uma base de dados, com informação organizada por regiões, países e anos.