Depois de ter sido finalista nos Prémios Europeus de Energia Sustentável 2022,  a investigadora Carla Gonçalves foi agora a vencedora do prémio EDP Labelec Merit Award 2022. A portuguesa foi distinguida pelo trabalho que desenvolveu na sua tese de doutoramento com vista a melhorar a previsibilidade da produção de energia eléctrica de origem renovável.

Numa cerimónia de entrega de prémios que teve lugar a 23 de Novembro, no Museu da Electricidade, em Lisboa, esta foi a primeira edição da competição internacional promovida pelas empresas do grupo EDP EDP Labelec e EDP New. O prémio tem como objectivo distinguir as melhores teses de doutoramento ou dissertações de mestrado nas áreas da energia. Carla Gonçalves, investigadora do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC),  destacou-se com o tema “Renewable Energy Forecasting – Extreme Quantiles, Data Privacy and Monetization” e, em ex-aequo, foi também premiado o trabalho de Simon Camal, da MINES ParisTech, dedicado ao tema “Forecasting and optimization of ancillary services provision by renewable energy sources”.

A tese desenvolvida pela portuguesa assenta em modelos matemáticos que permitem reduzir os erros de previsão da produção de energia eléctrica de base renovável, possibilitando assim uma maior integração de fontes de energia renovável na rede eléctrica. O trabalho de investigação, distinguido agora com o prémio internacional EDP Labelec Merit Award 2022, foi desenvolvido no âmbito do projecto Smart4RES, contando com a supervisão de João Gama e Ricardo Bessa.

“As energias renováveis dependem de factores que não conseguimos controlar, como o vento, as nuvens ou a radiação solar”, refere Carla Gonçalves, justificando, em comunicado, a necessidade de reduzir os erros de previsão face à variabilidade meteorológica.  “Para além de manter os produtores de energia informados sobre possíveis desvios extremos na produção, quis criar condições para que possam ser realizadas previsões colaborativas, ao permitir a partilha de informação entre diferentes actores”, acrescenta.

Além deste prémio anunciado, o trabalho da investigadora portuguesa de 30 anos já resultou numa patente, em quatro artigos em revistas internacionais e duas apresentações em conferências, indica o INESC TEC em comunicado. “Este prémio da EDP Labelec é um incentivo ao desenvolvimento científico, fundamental para atingir os desafios que a transição energética coloca às empresas do sector”, diz a vencedora.