O EPAH – Energy Poverty Advisory Hub, projecto financiado pela União Europeia (UE) para combater a pobreza energética e acelerar a transição energética, já está disponível em formato digital. O website, a funcionar desde final de Setembro, contém informação sobre acções que estão a ser realizadas a nível local, formações e ainda um sistema de apoio para autoridades locais e outros stakeholders.
Na notícia de divulgação do lançamento do website, o EPAH refere que o objectivo é tornar este espaço digital “no centro de expertise em torno da pobreza energética no contexto europeu”, contribuindo para a compreensão, medição e monitorização deste problema e garantindo o acesso ao know-how necessário àqueles que subscrevem o compromisso de erradicar a pobreza energética.
De momento, o website coloca ao dispor dos seus utilizadores um conjunto de indicadores de pobreza energética, baseado no trabalho desenvolvido pelo anterior projecto europeu Observatório de Pobreza Energética, e um toolkit de práticas e políticas, que consiste numa base de dados na qual é possível navegar por entre relatórios, artigos científicos, estudos de caso, planos nacionais, planos de acção, etc. Estes documentos, desenvolvidos por diversos agentes europeus, abordam tópicos como sistemas de aquecimento e arrefecimento, renovações, audições energéticas, e propõem variados tipos de intervenções – mapeamento da pobreza energética, mecanismos financeiros, estratégias de consciencialização, entre outros.
Reflectindo o motivo pelo qual o EPAH foi criado – para actuar junto dos municípios para resolver a pobreza energética –, a plataforma dedica uma secção ao movimento Pacto dos Autarcas, explicando como irá orientar os seus signatários.
A plataforma do EPAH, ao querer agilizar o processo de transição energética para eliminar a pobreza energética, aposta também numa secção de “apoio”, na qual é possível aceder à helpdesk, seja para saber mais sobre o projecto, efectuar uma candidatura a uma open call para obter uma orientação mais personalizada, seja para contribuir para o website (submeter algum artigo, divulgar algum evento, etc.).
Na secção de apoio inserem-se também as oportunidades de formação disponíveis. Quanto a este aspecto, o EPAH tem planeados três cursos on-line para 2022, um destinado a todos os stakeholders incidindo sobre o enquadramento político da pobreza energética, outro vocacionado para os decisores para auxiliar no desenho de políticas locais e planos estratégicos de mitigação, e ainda um terceiro dirigido a funcionários públicos e outros técnicos para aumentar conhecimento de aspectos mais concretos e fomentar a acção local. Adicionalmente, o EPAH reúne uma lista de formações na área dinamizadas por outros agentes num catálogo.
Está ainda prevista a integração, em Novembro de 2021, de um ATLAS on-line na plataforma, onde se poderá explorar e conhecer boas práticas e iniciativas que estão a ser levadas a cabo a uma escala local, considerando as necessidades específicas de cada comunidade.
Apesar de a plataforma já estar disponível, o EPAH irá assinalar, nos dias 22 e 23 de Novembro, o lançamento oficial desta plataforma num evento on-line, no qual se irão promover discussões e workshops com especialistas e representantes urbanos a propósito do futuro das políticas europeias na área da pobreza energética.
O EPAH reúne cinco organizações parceiras, a rede europeia de acção climática Climate Alliance (Bélgica e Alemanha), a agência para a inovação, desenvolvimento e educação AISFOR (Itália), a empresa de desenvolvimento de software e tecnologias de informação Akaryon (Áustria), a organização sem fins lucrativos ligada aos desafios energéticos Ecoserveis (Espanha) e, em Portugal, a Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa, no âmbito do CENSE – Centro de Investigação em Ambiente e Sustentabilidade.