O Grupo Casais está a construir, em Guimarães, o primeiro edifício de construção híbrida na Península Ibérica, que, ao recorrer a madeira de engenharia, utiliza apenas um terço do betão de um edifício tradicional. Trata-se de um complexo, que inclui um hotel B&B, construído com uma base BIM.

É em Azurém, junto ao campus da Universidade do Minho, que está a surgir o primeiro complexo de construção híbrida na Península Ibérica. Incluindo um hotel B&B com 95 quartos, 44 studios para arrendamento e um espaço comercial, o espaço de 10 mil metros quadrados utiliza menos um terço de betão e, ao incorporar madeira de engenharia, reduz em mais de 60 % a pegada de carbono incorporado na construção, em comparação com um edifício tradicional. 

Ao recurso a este tipo de construção híbrida de madeira-betão, alia-se também um processo de construção “inovador”, refere o Grupo Casais. Desenvolvido com uma base BIM, este edificado assenta em princípios de design for manufacturing and assembly e implementa “pela primeira vez na Península Ibérica” uma estrutura com o sistema CREE, isto é, soluções de construção de vários andares em madeira híbrida pré-fabricada.

 

 

 

Na prática, isto significa que os componentes – painéis de tecto, painéis de fachada, pilares e estruturas – são pré-fabricados de forma padronizada e, posteriormente, instalados no próprio local rapidamente. Significa também que é possível reduzir em 70 % os resíduos e em mais de 50 % a poluição sonora e que, adoptado uma “filosofia de economia circular”, 50 % dos materiais podem ser reutilizados no final de ciclo de vida.

Este processo, associado ao fabrico e à montagem de alguns elementos industrializados pela unidade BluFab, possibilita ainda “economizar tempo, recursos e dinheiro”, diminuindo para metade os prazos de execução do projecto. Segundo o grupo Casais, aquando do lançamento da primeira pedra, em Fevereiro, já metade do edifício estava totalmente fabricado; agora, a entrar na fase da assemblagem, é possível acrescentar um piso ao complexo a cada dois dias, incluindo logo todos os componentes de instalações técnicas e acabamento interior. 

Assinado pelo arquitecto Mário Fernandes, este complexo representa um investimento de 11 milhões de euros e um “trabalho colaborativo” entre o cliente, projectistas, construtor e várias empresas parceiras.