Depois de um decréscimo na emissão de certificados energéticos em 2020, devido à pandemia de Covid-19, o ano de 2021 apresenta uma subida de 2 %. E, nesta recuperação, aumenta também o número de certificados energéticos de classe A+ e A emitidos, revela o relatório Energia em Números – Edição 2022, divulgado esta semana.
Em 2021, de acordo com o Observatório da Energia, foram emitidos 202 218 certificados energéticos, sendo a maior parte referente às habitações (182 576) e uma porção mais pequena aos edifícios de comércio e serviços (19 532). Segundo a versão mais recente do relatório Energia em Números, trata-se de uma “subida de 2 % na emissão de certificados face ao ano anterior [198 197 certificados emitidos]”, demonstrando uma “ligeira recuperação” perante o impacto da pandemia de Covid-19 nas actividades de certificação energética.
Desse total de certificados emitidos no ano passado, 44 923, o correspondente a 22,2 %, possuem uma classe energética A+ ou A. Em comparação com o período homólogo, no qual se registaram nestas condições 35 926 certificados (18,1 %), foi um aumento de quase nove mil certificados com estas classificações. Destrinçando os números por sector, a fatia de certificados A+ e A é maior na habitação (23,8 %) e menor nos edifícios de comércio e serviços (7,6 %), com as duas percentagens a representarem uma melhoria face o ano anterior – 19,5 % e 6,1 %, respectivamente.
Classe energética por sector
Não obstante, as classes C e D foram as mais comuns nos edifícios residenciais, cada uma com uma fatia de 19 %, seguindo-se a classe A, com 18 %. Já as classificações energéticas emitidas com menos frequência em 2021 para o parque habitacional foram as classes A+ (6 %), B- (7 %) e F (8 %). Relativamente ao sector de comércio e serviços, predomina a classe C (47 %) ao lado da classe B- (25 %), enquanto as classes A+, F, E e A nem a 5 % chegam.
No global, “a classe energética do parque habitacional certificado tem vindo a melhorar nos últimos anos”, ao mesmo tempo que a “classe energética do parque certificado de comércio e serviços tem-se mantido relativamente estável desde 2014, predominando a classe energética C”, lê-se no documento.
A edição de 2022 do relatório Energia em Números salienta ainda que, “em 2021, as medidas de melhoria propostas nos certificados energéticos representavam um potencial de poupança de 60 % da energia consumida no sector da habitação” e que “no sector do comércio e serviços esse potencial foi de 9 %”.

Recorde-se que o Energia em Números é publicado anualmente pelo Observatório da Energia, pela Direcção-Geral de Energia e Geologia e pela Agência para a Energia – ADENE, reunindo dados relevantes do sector de energia a nível nacional. Até ao momento, entre 2008 e 2021, foram emitidos cerca de 2,19 milhões de certificados energéticos, sendo 89 % dos casos relativos ao sector da habitação.