Numa carta conjunta, a Federação Europeia das Associações de Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado (REHVA) e a Associação Europeia para a Indústria AVAC (Eurovent) apelaram ontem às instituições europeias, nacionais e regionais para incluir as acções de produção, distribuição e manutenção da indústria na lista de serviços essenciais durante a pandemia de covid-19. Em resultado das medidas de contenção adoptadas, metade da capacidade produtiva do sector já está suspensa, alertam.
As duas instituições representantes do sector na Europa alertam para as “severas consequências” de uma suspensão de actividade prolongada, numa indústria cujo equipamento dá apoio a “infra-estrutura crítica” ao nível dos cuidados de saúde, do transporte de alimentos refrigerados ou do armazenamento de fármacos.
As consequências da exclusão da produção, manutenção, reparação, distribuição e instalação de equipamentos AVAC-R das listas de serviços essenciais podem revelar-se não só durante a pandemia de covid-19, mas também depois, alertam a Eurovent e a REHVA na carta publicada dia 8. O apelo, lançado às instituições europeias, nacionais e regionais, mas também pela representação da Eurovent na região do Médio Oriente, pretende retirar a indústria da lista de restrições de actividade e de mobilidade aplicadas a sectores considerados não essenciais, como acontece, por exemplo, em Itália, em que a produção de equipamentos e componentes está suspensa. Dados da Eurovent mostram que as unidades fabris italianas são responsáveis por “cerca de 20 %” de todos os produtos finalizados no mercado europeu de AVAC-R e por “mais de 40 %” nos sectores da refrigeração e arrefecimento.
O funcionamento de sistemas AVAC-R é, consideram as duas associações, “crucial em várias aplicações e em todos os sectores da economia”. Até ao momento, o sector “perdeu, pelo menos, 50 %” da sua capacidade produtiva, sendo esperado um impacto ainda maior “nas próximas semanas”. A actual suspensão da actividade, imposta pelas medidas de contenção aplicadas em vários países europeus, “pode levar a falhas no abastecimento de equipamentos e produtos que assegurem a integridade de instalações AVAC-R em infra-estruturas críticas durante a pandemia de covid-19, tanto na Europa como nas regiões dependentes dos produtores europeus”, avisam.
A carta redigida pelas duas instituições pretende, assim, que seja assegurado “um mínimo de produção”, de modo a “garantir a disponibilidade de peças” e da substituição de equipamentos.