Segundo a Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Portugal foi o quarto país com maior incorporação renovável na geração de electricidade da Europa. Os dados constam do Boletim de Electricidade Renovável de Janeiro de 2022, divulgado na semana passada pela APREN, referindo-se à geração líquida de energia das centrais em Portugal continental.

Em Janeiro deste ano, Portugal produziu 4085 GWh, dos quais 59,7 % foram gerados com base em energias renováveis. A eólica, que contribuiu para 31 % da geração total de energia, foi a fonte renovável com maior expressão, seguida da hídrica (18 %), da biomassa (7 %) e da solar (3,8 %).

Em relação ao mês de Janeiro de 2021, a percentagem de incorporação renovável na geração de electricidade diminuiu 7,9 %, verificando-se uma quebra na geração de electricidade a partir da fonte hídrica. 

Não obstante, “entre dia 1 de 31 de Janeiro de 2022, Portugal foi o quarto país com maior incorporação renovável na geração de electricidade, ficando atrás da Noruega, Dinamarca e Áustria”, revela a APREN. Nestes países europeus, respectivamente, 99,5 %, 76,2 % e 66,5 % da energia gerada teve origem em fontes de energia renovável.

De acordo com os dados da APREN, o recurso a fontes renováveis foi capaz de suprir o consumo de electricidade de Portugal continental durante 12 horas não consecutivas. Permitiu ainda evitar a emissão de 0,7 MtCO2eq pelo sector electroprodutor, que acabou por emitir um total de 0,5 MtCO2eq.

O Boletim de Electricidade Renovável aponta também para Portugal como um país importador de energia – no mesmo período, Portugal continental importou para o sistema eléctrico o equivalente a 982 GWh e exportou 211 GWh. 

Em relação ao preço médio registado no Mercado Ibérico de Electricidade (MIBEL) no país, em Janeiro, a APREN sublinha um “aumento superior ao triplo face ao período homólogo do ano passado”, atingindo 201,89 euros/MWh. Esta conjuntura, que, aliás, já tem vindo a ser abordada, deve-se, entre outros aspectos, aos preços recorde do gás natural e da tonelada de CO2.