Em 2022, a Rede Europeia de Agências de Energia (EnR) vai ser liderada pela ADENE – Agência para a Energia. Durante a tomada de posse, ontem, o presidente da ADENE deixou claro que tem uma agenda “ambiciosa” e que um dos temas em destaque será a pobreza energética.
Depois da presidência francesa pela agência ADEME, a portuguesa ADENE assume agora o lugar de liderança da rede que reúne 25 agências nacionais de energia de países europeus. Trata-se de um processo de continuidade, já que a ADENE, em conjunto com a ADEME e com a agência holandesa RVO, integra a Troika, da rede EnR.
E, nesse trabalho contínuo que visa a transição energética em linha com os objectivos do Pacto Verde Europeu, a ADENE refere a ambição de “passar das palavras e promessas às acções”. Quem o diz é o presidente da agência portuguesa, Nelson Lage, para quem as acções irão passar pela transformação rápida das indústrias e dos edifícios e pelo investimento em novas tecnológicas.
Adicionalmente, o representante apontou para a partilha de conhecimento como um aspecto fundamental da transição energética, seja através do fortalecimento e/ou criação de parcerias, seja através do envolvimento cívico e da divulgação de informação e de políticas públicas na área da energia.
Na agenda da ADENE, uma agenda “ambiciosa”, constam cinco áreas temáticas essenciais, assentes em três eixos transversais, “juventude, território e digitalização”. Em destaque, estarão os temas da pobreza energética, das comunidades de energia renovável, do nexus água/energia, dos empregos verdes e da cooperação.
Durante a passagem do testemunho, Nelson Lage adiantou ainda, neste contexto, que a ADENE irá propor o lançamento de dois estudos, um sobre os empregos verdes e outro sobre o nexus água/energia. Este último tema conta ainda com uma proposta de se criar um novo Grupo de Trabalho.
Recorde-se que a EnR, criada em 1990, tem desenvolvido o seu trabalho em torno de oito pilares: eficiência energética, energias renováveis, eficiência energética em edifícios, mudança de comportamentos, etiquetagem e ecodesign, ferramentas de monitorização, indústria e transportes.