Depois de aprovada a Directiva relativa ao Desempenho Energético dos Edifícios (EPBD), é tempo de pensar na forma como serão postas em práctica as novas medidas estabelecidas pela reformulação do documento. Para Nelson Lage, presidente da ADENE – Agência para a Energia, o envolvimento do sector da construção é imprescindível para que este processo seja levado a bom porto.

“Há que envolver cedo os diversos agentes do setor da construção, escutando as preocupações e pedindo-lhes contributos objetivos para as diversas matérias da EPBD nas quais tenham especial competência”, refere à Edifícios e Energia, reconhecendo que a directiva tem sido “um importante instrumento legal” para a melhoria dos edifícios a nível nacional. 

Para que a sinergia entre os vários agentes do sector possa ser uma realidade, Nelson Lage salienta que a ADENE procurará contribuir para este processo “de forma integrada”. Em Maio do ano passado, em entrevista à Edifícios e Energia, o presidente da ADENE já tinha referido que a agência está comprometida com um maior envolvimento do sector no processo de transposição da EPDB. 

Os desafios a ter em conta 

Tendo em vista a implementação do Objetivo 55 da União Europeia no âmbito do Pacto Ecológico Europeu, a futura EPBD trará consigo vários desafios para os Estados-Membro e Portugal não será excepção.  

Nelson Lage salienta que o maior dos desafios será a implementação dos Planos Nacionais de Renovação dos Edifícios “pela sua abrangência, complexidade e integração da grande maioria dos requisitos e instrumentos da EPBD até 2050”. Destaca ainda o estabelecimento de edifícios de emissões zero como novo standard, os padrões mínimos de desempenho energético para edifícios não residenciais – ou as trajetórias de melhoria obrigatórias desse desempenho nos edifícios de habitação – e a introdução da visão de ciclo de vida nos edifícios com o cálculo do Potencial de Aquecimento Global e a definição dos seus limites. 

 

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