Em 2022, a ADENE registou, no âmbito do Sistema de Certificação Energética de Edifícios, um recorde de certificados energéticos emitidos. Segundo os dados disponíveis no Observatório da Energia, foram mais de 220 mil certificados emitidos, maioritariamente referentes a edifícios existentes.

Em 2020, a pandemia de Covid-19 levou a um decréscimo na emissão de certificados energéticos. Depois desse primeiro embate, em 2021, o número de certificados emitidos começou a recuperar, subindo 2 % e chegando a mais de 202 mil. Agora, os dados de 2022 demonstram não só a continuidade dessa trajectória ascendente (uma subida de 9 %) como apontam para um novo recorde: mais de 220 mil certificados energéticos foram emitidos, ultrapassando o pico pré-pandemia de mais de 212 mil.

Especificamente, foram emitidos, no ano passado, 220 136 certificados energéticos, sendo que a maior parte, como é habitual, diz respeito à habitação (89,3 %). Apesar do recorde no número global de certificados energéticos emitidos, o número relativo a edifícios de comércio e serviços não é o mais elevado dos últimos anos. Com um registo de 23 495 certificados emitidos, o ano de 2022 continua atrás do pico atingido em 2017 de 24 438 certificados emitidos.

Considerando o tipo de documento, verifica-se que, em 2022, o número de certificados energéticos referentes a edifícios existentes também atingiu um valor máximo de 172 091. É a maior fatia de certificados emitidos (mais de 78 %, no global), quer para edifícios habitacionais, quer para edifícios de comércio e serviços. A segunda maior percentagem do total de certificados (21,5 %) está relacionada com os pré-certificados energéticos, que ainda não recuperaram totalmente os valores registados no período pré-pandémico.

Por outro lado, a emissão de certificados energéticos no âmbito de novos edifícios foi muito inferior à dos anos anteriores. Em 2022, emitiram-se 622 certificados deste tipo quando em 2021 tinham sido emitidos mais de 14 mil e em 2020 (o ano com maior registo) mais de 21 mil.

Já quanto à classe energética dos certificados, o número daqueles que concernem as classes A+ e A continua a subir para valores históricos, com 21 718 e 41 215 certificados emitidos, respectivamente. Ao mesmo tempo, o número de certificados de classe energética E e F mantém-se semelhante ao do ano passado.

“As classes energéticas do parque habitacional certificado têm vindo a melhorar nos últimos anos. Em 2014, cerca de 10 % dos certificados correspondiam à classe energética B ou superior; em 2022, esse valor foi de 37 %”, sublinha o relatório Energia em Números, divulgado pela DGEG e pela ADENE neste Verão. Não obstante esta tendência, são as classes C, D e E que continuam a representar a maioria (59 %, colectivamente) dos edifícios de habitação certificados.

Já no que diz respeito aos edifícios de comércio e serviços, o relatório aponta para uma “uma classe energética muito próxima dos patamares mínimos exigidos para edifícios novos”, sendo que, no total de certificados energéticos emitidos entre 2014 e 2022, as classes B- e C são as predominantes, correspondente a 70 % deste parque certificado.

Até ao momento, entre 2008 e 2021, já foram emitidos cerca de 2,41 milhões de certificados energéticos.